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122 itens encontrados para ""

  • O cuidado, a sobrecarga e a desvalorização da dupla jornada feminina

    #ParaTodosVerem: Uma mulher cozinha segurando uma criança no colo. Ao lado (na pia) um notebook está ligado com a seguinte mensagem: home office. Disponível:https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/trabalho-e-formacao/2020/04/26/interna-trabalhoeformacao-2019,848505/sobrecarga-atinge-mulheres-durante-a-quarentena-deixando-as-por-um-fio.shtml Tema do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023, o ofício do cuidado escancara a falta de valorização da dupla jornada assumida majoritariamente por mulheres. A associação arcaica de funções que devem ser delegadas por gênero, reforça estereótipos femininos como: "mulheres são naturalmente mais zelosas", "são ótimas com tarefas do lar", "a maior ambição feminina é ser mãe" e há a ideia de que o homem, quando ganha mais no serviço, pode relegar à mulher os afazeres domésticos. Essas banalidades vigoram a configuração social e patriarcal que impactam a saúde física, mental e autoestima de cada mulher com si mesma. Segundo o site Oxfam [1], as mulheres são responsáveis por mais de três quartos do cuidado não remunerado (90% do trabalho de cuidado no Brasil é feito informalmente pelas famílias - e desses 90%, quase 85% é feito por mulheres.). Ao contrário da crença popular, o patriarcado não é uma espécie de "ordem natural das coisas", pois com os dados da Oxfam fica nítido que o sistema social que homens mantêm o poder primário e predominam em funções de liderança, enquanto as mulheres são responsáveis pelo cuidado. Nas sociedades primitivas os homens saíam para caçar e pescar, enquanto as mulheres se encarregavam de preparar os alimentos, cuidar do lar e das crianças. A prestação de serviços para terceiros envolve muitas horas de dedicação e a economia do cuidado é essencial para a humanidade e para sua sobrevivência. Ao falar do trabalho de cuidado associam-se recorrentemente com a maternidade. A obra cinematográfica "Tully" (2018), aborda os desafios de uma mãe durante a gestação do seu terceiro filho. O filme apresenta de forma cru e real a vida da personagem Marlo, que é muito atarefada e desgastante, fazendo o telespectador refletir sobre a solidão e sobrecarga de uma mulher. A perda de autoestima da personagem conduz a história para ponderação de padrões utópicos que uma mãe deve se comprometer para atingir o bem estar da família. "Tully" (2018), fala das dificuldades enfrentadas para a mulher ultrapassar a fase do puerpério e como isso afeta fisicamente, emocionalmente e mentalmente. Cabe refletir, que este cenário não se limita a ficção, mas representa de forma clara a realidade de muitas. No filme, os diferentes estados da personagem principal durante o puerpério não a fazem "ser como antes", mesmo com o desejo ardente de recuperar sua vaidade e reacender seu casamento. Vale lembrar que além da maternidade, o cuidar de idosos e doentes físicos e mentais são outras funções que dispõem de tempo e disposição. Os desafios para valorização afetam a participação das mulheres na economia e suas resoluções não são somente estruturais, mas também culturais. Pâmela Vitória Nogueira Silva - graduada em Letras (FFLCH) e bolsista do Projeto CineGRI, ciclo 2023-2024. #ENEM #TRABALHODECUIDADO #SOBRECARGA #JORNADAFEMININA Referências bibliográficas: [1] https://materiais.oxfam.org.br/mulheres-contra-as-desigualdades (Acesso: 27/11/2023)

  • BRICS e os desafios da geopolítica

    #ParaTodosVerem [Fotografia]: Foto dos cinco representantes dos países do BRICS, lado a lado, de mãos dadas, em pé de frente a um cartaz azul (nele está escrito: XV BRICS SUMMIT - traduzido: décima quinta cúpula do BRICS). Da esquerda para a direita, estão presentes: o presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva (homem branco, vestindo terno e calça azul escuro), o presidente da China, Xi Jinping (homem chinês, vestindo terno e calça pretas), o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa (homem negro, vestindo terno e calça pretas), o primeiro ministro da Índia, Narendra Modi (homem marrom, vestindo um modi kurta branco e um colete preto), o ministro de relações exteriores da Rússia, Sergey Lavrov (homem branco, vestindo terno e calça azul marinho). Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3gz5nzlny5o BRIC é um acrônimo que se refere aos seguintes países: Brasil, Rússia, Índia e China. Foi criado em 2001 para designar um grupo de países que, neste século, apresentam condições políticas e econômicas para emergirem como novas potências mundiais. Por conta dessa importância e do cenário geopolítico, em 2006, esses países concretizam essa união ao oficializar um espaço de cooperação entre si com objetivo de possibilitar novos acordos que contribuíssem com sua expansão. Sendo que, em 2011, houve a adesão da África do Sul (acrescentando a letra S). Como consequência dessa aliança, o BRICS se consolida hoje como uma importante associação que tem capacidade de confrontar o poder representado pelos Estados Unidos e Europa, o chamado Norte Global, que ainda exerce enorme influência sobre diversas questões no âmbito internacional. Essa influência pode ocorrer segundo os princípios de Soft Power (“poder brando”) e Hard Power (“poder duro”) e que, com base no trabalho de Joseph Nye (2004), podem ser sintetizados, respectivamente, a partir das seguintes ideias: “atração” e “incentivos ou ameaça”. Filmes como Rocky IV (Sylvester Stallone, 1985) e A Hora Mais Escura (Kathryn Bigelow, 2012) podem esclarecer bem esses conceitos. O primeiro, por exemplo, ao retratar a luta entre dois boxeadores, deixa implícita uma determinada mensagem que busca exaltar os valores dos Estados Unidos. O personagem principal, Rocky Balboa, é um americano determinado e compreensivo que precisa vencer um rival russo, retratado como insensível e brutal. A ideia de “atração”, nesse caso, está associada à Guerra Fria, pois, em meio a uma luta ideológica, ambas as nações envolvidas nesse conflito usaram propagandas para defender suas ideias. A segunda obra, apesar de também poder ser criticada por exaltar as ações do exército americano na busca pelo líder da organização terrorista al-Qaeda, Osama Bin Laden, exemplifica como funciona o Hard Power: um país, com determinadas ambições, usa de seu poder político e militar para executar ações que ferem a soberania de outro país, utilizando incentivos ou ameaças para atingir os seus objetivos. E é nesse contexto de conflitos de interesse e busca por domínio que o BRICS apresenta-se como uma alternativa à hegemonia ocidental. Além de agregar cerca de 25,5% do PIB mundial, por abranger grandes territórios (Brasil, Rússia, Índia e China estão entre os 10 maiores do mundo) e uma grande população (são mais de 3 bilhões de pessoas no total), esses cinco países reúnem enormes reservas minerais e energéticas e também possuem um extenso mercado consumidor que está em contínua expansão, conforme se intensificam as negociações que contribuem com o desenvolvimento econômico mútuo. Por conta da gama de possibilidades de integração e comércio, novos países demonstram interesse de se juntar a esse grupo que fortalece as relações multilaterais e ajuda a garantir uma maior independência em relação ao controle americano e europeu. Assim, nesse ano, foi oficializada a ampliação do BRICS que, a partir de 2024, será composto por: Árabia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Com essas adições, o grupo passa a representar “uma grande parcela dos recursos naturais do mundo, como 72% dos minerais de terras raras e 42% do petróleo” (CNN Brasil). Dessa maneira, aumenta-se a influência e a relevância do BRICS dentro das relações internacionais, já que os países que o compõem passam a concentrar uma grande parcela de produtos essenciais para o funcionamento das atividades industriais em todo o mundo. Assim, o Sul Global se torna um ponto de mudança importante da ordem de poder mundial que permanece constante desde o fim da Guerra Fria. Porém, apesar do BRICS proporcionar uma maior aproximação entre os países, com iniciativas que buscam, por exemplo, atenuar problemas ambientais e culturais, também há polêmicas envolvidas nesse processo. Todos os Estados que vão se juntar ao grupo, com exceção da Argentina, são considerados não-livres pela organização Freedom House (BBC News Brasil) e, além disso, a Rússia, em 2022, realizou ataques à Ucrânia que culminaram num conflito que se estende até hoje. Essas situações, assim como tudo que foi exposto até aqui, revelam os diversos desafios que englobam a geopolítica mundial, que deve ser analisada abarcando sua complexidade, mas sempre sob a ótica da resolução de conflitos, da defesa da soberania, do progresso social e da paz. Hugo Freitas Moura - graduando em Ciências Sociais pela FFLCH-USP. #BRICS #Geopolítica #RelaçõesInternacionais #RockyIV #AHoraMaisEscura REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALMEIDA, Allan D.; MOREIRA, Anderson B.; STEDILE, Miguel E. BRICS: Uma alternativa ao imperialismo? Tricontinental, 2023. Disponível em: . Acesso em: 15/10/2023. DE MELO, Évila M.; ROCHA, Gustavo A.; SOUZA, Ellen G. Soft Power: a mídia hollywoodiana e a transmissão dos valores norte-americanos. Revista de Iniciação Científica em Relações Internacionais, Universidade Federal da Paraíba, Vol.5, No.9, pp. 57-68, janeiro de 2018. NYE, Joseph S. Soft Power: The Means to Success in World Politics. New York: Public Affairs, 2004. PRAZERES, Leandro. Expansão do Brics: bloco anuncia 6 novos membros. BBC News Brasil, 2023. Disponível em: . Acesso em: 22/10/2023. SCHMIDT, Thales. Na ONU, Lula defende Brics e ataca 'paralisia' de organismos internacionais. Brasil de Fato, 2023. Disponível em: . Acesso em: 23/10/2023 TORTELLA, Tiago. Entenda a Guerra da Ucrânia em 10 pontos. CNN Brasil, 2023. Disponível em: . Acesso em: 23/10/2023. YAZBEK, Priscila. Qual é o tamanho do novo Brics? Veja em números a dimensão do grupo de 11 países. CNN Brasil, 2023. Disponível em: . Acesso em: 22/10/2023.

  • A mulher da casa abandonada: um Brasil colonial permeado de violências e exclusões

    #ParaTodosVerem [Fotografia]: Uma mulher com a cara pintada de branco e os braços estendidos na janela de uma casa abandonada. Disponível em: https://www.opovo.com.br/_midias/jpg/2022/07/07/818x460/1_mulher_casa_abandonada_na_janela-19153894.jpg Se por um lado a globalização, propiciou um processo de expansão econômica, social e política, aproximando diversos países e nações ao longo do território de todo o globo, ela também escancarou as desigualdades sociais de todo o mundo. Quem acompanhou o noticiário das últimas semanas, deve ter ouvido falar sobre Margarida Bonetti, ex-esposa de René Bonetti, que ganhou repercussão nacional e internacional graças ao podcast da Folha de São Paulo, que carrega o nome de “A mulher da casa abandonada”. Em um primeiro momento acreditamos se tratar de uma história fictícia ao olhar pela primeira vez para o podcast, mas quando damos play, a história se torna real e nos deixa estarrecidos. Margarida Bonetti, que se mudou junto de seu marido para os Estados Unidos há 22 anos atrás, é presenteada pelo pai com uma empregada negra da casa, analfabeta, mas que já trabalhava na mansão há muitos anos. O que não esperamos é que o pior estava por vir, a nível de interesse para quem não ouviu o podcast deixei o link < https://open.spotify.com/show/0xyzsMcSzudBIen2Ki2dqV>, e também faço um breve resumo: ao se mudarem para os EUA, Margarida e René Bonetti começam a violentar física e psicologicamente a emprega doméstica deles, escravizam-na por mais de vinte décadas. Ela foi torturada, recebeu sopa quente no rosto, arrancaram seus cabelos, teve 7 tumores na barriga e outras feridas que não foram tratadas e foi negado auxílio hospitalar, além também de ser proibida de comer a mesma comida de seus patrões, entre muitas outras violências sofridas. Ela foi escravizada durante todo esse tempo. Trago esta história, porque ainda vivemos em um Brasil onde há uma elite que parou no século XVIII e se recusa a evoluir, uma elite cujo comportamento remonta ao período da escravização, onde pessoas negras eram vistas como objetos comercializáveis, desumanizados. Margarida Bonetti é o retrato do que há de pior na elite paulistana, filha de um dos maiores médicos do Brasil, com uma herança milionária, fazendas e imóveis que ultrapassam milhões de reais, perversa e sádica, ela não dobrou esforços para nos mostrar como vivemos em um país desigual e violento, um Brasil com feridas não cicatrizadas. Um país tão desigual que ainda uma pessoa, um ser humano, em pleno século XXI pode ser visto como objeto, um lugar em que a elite paulistana não cessa em querer mostrar seu poder não somente financeiro, mas opressivo e físico da pior maneira possível. Uma elite que aproveita da desigualdade e todos os seus privilégios para tirar a humanidade de uma pessoa. Visto que em São Paulo, quem mora em Paraisópolis, por exemplo, uma das maiores favelas da cidade, vive em média 10 anos a menos do que os moradores do Morumbi, ou até mesmo de Higienópolis, onde atualmente mora Margarida Bonetti, bairros estes, nobres da capital paulistana, de acordo com o Mapa da Desigualdade, da ONG Rede Nossa São Paulo. Como também, além da questão financeira e de IDH das regiões, temos outros problemas ligados à exclusão e desigualdade social: a falta de infraestrutura urbana básica em bairros pobres, o que também é fator preponderante a ser comentado, por fazer com que o IDH despenque nesses lugares. A falta de serviços básicos de saneamento como água, luz e gás são frequentes nesses lugares, que também costumam estar distantes do centro da cidade, dificultando o acesso de pessoas que vivem nessas regiões mais afastadas. A falta do acesso à educação, a dificuldade de locomoção dessa população, a deixa mais vulnerável e propensa a aceitar qualquer tipo de trabalho para conseguir sobreviver. Assim como aconteceu com a empregada de Margarida Bonetti, esta que aproveitando de sua posição na sociedade e as problemáticas da desigualdade social no país, escravizou uma mulher negra. #ParaTodosVerem: cena do filme “Que horas ela volta?”. Na imagem vê-se comida, bebidas e copos em cima de uma mesa de madeira, sentados em sua volta está os patrões e seu filho. De de pé parado em volta deles está a empregada doméstica que segura um prato e ao seu lado sua filha que segura um buquê de rosas vermelhas. Deixo aqui a minha recomendação de filme, que ilustra muito bem em que Brasil estamos vivendo, e para refletirmos em que tipo de sociedade queremos viver e também continuar construindo, “Que horas ela volta?” narra a história de Val, uma empregada doméstica que trabalha em uma mansão no bairro Morumbi, e quando sua filha Jéssica vem do interior do Nordeste passar as férias na residência, começa a questionar as relações presentes naquele local, a partir daí tudo muda. Este filme escrito e dirigido por Anna Muylaert mostra as Margaridas Bonettis do nosso país, e como são tratadas as pessoas menos favorecidas economicamente. Fred Zeffirelli, ator, criador de conteúdo digital, e estudante de Artes Cênicas, ECA-USP. REFERÊNCIAS: LISSARDY, Gerardo. Por que a América Latina é a 'região mais desigual do planeta'. BBC,2020. Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51406474#:~:text=A%20Am%C3%A9rica%20Latina%20foi%20apontada,PNUD)%2C%20lan%C3%A7ado%20em%20dezembro> Acessado em 25/07/2022 Infraestrutura urbana. Wikipedia, 2022. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Infraestrutura_urbana> Acessado em: 25/07/2022

  • Brasil, país da fome

    Segundo dados do IBGE, o desemprego no primeiro trimestre de 2022 atinge 11,1% da população do país, aproximadamente 11,9 milhões de pessoas. Importante ressaltar que estudantes, donas de casa e outras ocupações não são considerados desempregados, portanto não entram no cálculo dos que estão procurando um trabalho. Desde antes do princípio da Pandemia do Coronavírus, as taxas de desocupação no Brasil vem crescendo e já podemos sentir suas consequências. No começo de julho foi anunciado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) que o Brasil voltou para o Mapa da Fome, ultrapassando mais de 60 milhões de pessoas que sofrem com insegurança alimentar, ou seja, não possuem ideia do quanto ou quando vão realizar a próxima refeição. O aumento do número de casos de furto famélico - quando uma pessoa furta alimentos para si e sua família- aumentou em 20% em 2021. O Brasil é um dos maiores produtores de gêneros agrícolas, porém toda essa produção é pensada e voltada para o mercado externo, enquanto brasileiros precisam roubar comida para não morrer de fome, sendo um dos reflexos da falta de empregos e do aumento exacerbado do preço dos alimentos que apesar de ser comum, ressaltando que não é normal, o preço do café ultrapassar 20 reais e o pacote do feijão chegar a quase 9, no país onde o Agro é Tec, é Pop e é tudo, Agro também é fome. Não é novidade que o desemprego gera aumento da violência, de acordo com o Atlas da Violência de 2021, apenas entre os anos de 2018 e 2019 tivemos um aumento de 35,2% dos casos de mortes violentas com causa indeterminada, apesar do mito da Democracia Racial, sabemos que a população mais atingida pela violência é a negra, a periférica, a que se encontra nos índices de desemprego e fome, nesse país de dimensões continentais. Fonte: Sem autor, disponível em: Acesso em: 24 de Julho de 2022. #ParaTodosVerem [Imagem]: No canto esquerdo da imagem, em primeiro plano uma pessoa negra com o rosto censurado por um retângulo preto, usando uma camisa pólo amarela com detalhes em azul está segurando um fuzil. Na parte superior da imagem está escrito "MV Bill e Celso Athayde" (produtores do documentário) em azul. No centro está escrito em branco "Falcão meninos do tráfico". Em Falcão, Meninos do Tráfico, livro e documentário de 2006, produzido pelo rapper MV Bill e seu empresário Celso Athayde junto do Centro de audiovisual da Central Única das Favelas (CUFA), é retratado o cotidiano dos Falcões, crianças e adolescentes que trabalham para o tráfico, possuem papel de vigilância e nunca dormem. Muitos dos jovens entrevistados relatam que entraram para o crime pela falta de oportunidades, afinal, quem contrataria um jovem periférico, morador de comunidade e que não teve a oportunidade de estudar em boas escolas? Onde o Estado é ausente, o tráfico se faz presente garantindo a esses meninos status, dinheiro e poder, trabalhar como falcão é a forma que encontraram para ajudar suas famílias. Como não podem dormir, muitos acabam consumindo drogas para se manterem acordados, um deles relata que cochilou e acabou apanhando da polícia, um dos entrevistados relata o sonho de trabalhar em um circo como palhaço, sendo o único sobrevivente dos 17 meninos entrevistados, todos os outros morreram vítimas do sistema que se mantém sob a pobreza e a segregação. Os moradores de São Paulo convivem com o medo constante de sofrer algum tipo de violência ao andar nas ruas, seja esse um assalto, assédio ou agressão física. Como exemplo, durante a edição de 2022 da Virada Cultural, shows foram interrompidos por gritos nos arrastões. Mesmo fora dos grandes eventos os índices de assaltos e violência no Estado crescem cada vez mais, o aumento da defesa ao armamentismo, utiliza como argumento que armar a população diminuiria os casos de violência, porém uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais de SP, mostrou que uma vítima de assalto estando armada possui mais 56% de chance de sofrer latrocínio (roubo seguido de morte) do que uma vítima desarmada. Na conjuntura atual vemos cada vez mais famílias morando nas ruas, pessoas passando por insegurança alimentar, aumento de todas as formas de violência, crianças encontrando no crime uma forma de sustentar suas famílias e dizer que "bandido bom é bandido morto" chega a ser cômodo, pois não somos nós que convivemos com a fome e a incerteza de quando vamos fazer a nossa próxima refeição. Gabriela Bucalo - Bolsista do Projeto CineGRI e graduanda em Geografia pela FFLCH. #ViolênciaUrbana #Fome #InsegurançaAlimentar #MVBill #Falcão REFERÊNCIAS IPEA, Atlas da Violência 2021. Disponível em: Acesso em: 22 de Julho de 2022. Sem autor. Brasil volta ao Mapa da Fome das Nações Unidas Disponível em: Acesso em: 22 de Julho de 2022. Sem autor. Homem preso após roubar comida em Salvador se emociona: 'Estou desesperado, morrendo de fome' Acesso em: 22 de Julho de 2022.

  • Afinal, Os Simpsons realmente estão prevendo o fim do mundo?

    Recentemente o mundo tem se deparado com um novo possível surto, a varíola dos macacos, que está sendo uma pulga atrás da orelha para a Organização Mundial da Saúde, devido ao fato de que alguns casos estão sendo confirmados ao redor do mundo nas últimas semanas. Uma imagem tem chamado a atenção nas redes sociais. Na qual a série de televisão Os Simpsons pode ter previsto essa suposta nova pandemia. #ParaTodosVerem: Duas imagens coloridas divididas com um título em letras vermelhas com a citação “Monkeypox sendo exibido nos Simpsons (faz tempo) tudo é planejado com antecedência”, seguido por um emoticon de um triângulo vermelho e um olho. Abaixo, duas imagens de episódios dos Simpsons. Do lado esquerdo Homer está sentado no sofá bebendo cerveja com um pequeno macaco de colete azul. E do lado direito ele está de cueca com vários pontos rosas ao redor do corpo. Disponível em: https://twitter.com/Gurgel_II/status/1530026036146094091 Embora especialistas afirmam que a varíola dos macacos não é altamente contagiosa e que dificilmente provocaria uma pandemia global, e ignorando o fato de que a imagem retrata dois episódios totalmente diferentes da 9º e 17º temporada, não é de hoje que este desenho animado tem causado euforia em algumas pessoas com suas supostas previsões do futuro e que seus criadores estão por trás de algo bem maior do que conhecemos. Um outro exemplo bem famoso é do episódio exibido no ano 2000 Bart no Futuro, da décima primeira temporada, onde Lisa (agora presidente dos Estados Unidos) menciona que o país enfrenta uma crise financeira após o mandato do presidente Trump. Em março de 2016, o roteirista do episódio, Dan Greaney, concedeu uma entrevista ao The Hollywood Reporter, onde afirmava que a ideia era retratar o país enlouquecendo, de que esse seria o único cenário possível antes de chegar ao fundo do poço, segundo ele mesmo. #ParaTodosVerem: Imagem colorida em que Lisa Simpsons, já adulta e eleita presidente dos EUA, está sentada em sua mesa. Ao lado dela, de pé, estão dois de seus assessores. Um deles sendo seu amigo de infância Milhouse, já crescido e careca. De frente para ela há mais dois assessores, sentados. Abaixo, uma legenda em inglês em letras grandes, que traduzida seria: “como vocês sabem, herdamos uma grande crise orçamentária do Presidente Trump.” Disponível em: https://twitter.com/jonerlichman/status/843554093310365696?lang=da Além do episódio Marge vai para Cadeia, do ano de 1993, da 4º temporada. Onde a cidade de Springfield é infectada pela “Gripe de Osaka” uma doença fictícia originária do Japão. Não demorou muito para associarem este episódio com a pandemia do novo coronavírus que ocorreu, e ainda ocorre, nos últimos dois anos. #ParaTodosVerem: quatro painéis de imagens com cenas de episódios dos Simpsons. Com o título em espanhol, que traduzido seria: Ano 1993 4º temporada episódio 21. O primeiro painel com uma imagem com dois funcionários de uma fábrica no Japão, em que um deles tosse uma nuvem verde com pontos vermelhos em cima de uma caixa endereçada para a residência da família Simpson; o segundo com Homer abrindo a caixa e ficando chocado ao receber a nuvem na sua cara; o terceiro com diretor Skinner também abrindo uma encomenda e recebendo a nuvem na cara, e o quarto com o apresentador Kent Brockman apresentado o seu programa jornalístico com um quadro com letras escritas "Coronavírus" em amarelo, ao lado da foto de um gato. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2020/03/03/verificamos-simpsons-previram-chegada-novo-coronavirus/ Bem, surtos de doenças não são algo tão anormal. Bastou um vírus tão contagioso quanto a gripe comum para que se espalhasse rapidamente pelo globo, e dado aos nossos costumes, nem sempre tão higiênicos, não seria uma grande surpresa que tivesse tomado essas proporções sem os devidos cuidados, ainda mais sendo ignorada pelo nosso atual governo. No caso da imagem que circula pelas redes, mostra-se dois episódios diferentes e com uma adulteração. #ParaTodosVerem: duas imagens coloridas quase idênticas de Kent Brockman apresentando seu programa. Uma localizada na parte superior com letras vermelhas escrito “montagem” onde se vê um quadro ao lado de Kent com as palavras “Corona Vírus” em amarelo sobre outras duas palavras inteligíveis em vermelho, ao lado da foto de um gato. Localizada na parte inferior, a mesma imagem, agora sem as letras em amarelo, onde é possível ler as palavras “Apocalypse Meow” em vermelho, com letras verdes na parte de baixo escrito “Original”. No meio, o logotipo do site E-farsas, escrito “Acabando com fake News desde 2002” em baixo. Disponível em: https://www.e-farsas.com/os-simpsons-previram-a-epidemia-do-coronavirus-em-1993.html Vemos que todos esses casos ocorrem por um viés de confirmação, onde indivíduos buscam determinados elementos para provarem suas crenças ou ideias. Na maioria, distorcendo informações e imagens só para apoiarem seus pontos de vista. E convenhamos, a animação está no ar há mais de trinta anos. Se trata de uma sátira ao estilo de vida dos americanos. Eventualmente, alguma coisa que eles estivessem retratando poderia acontecer em algum momento na vida real. Mas a questão que deveria realmente nos preocupar, não é de que o programa está fazendo premonições sobre o nosso futuro, mas que a realidade está cada vez mais se parecendo com um desenho animado. Matheus Cosmo, graduado em Rádio e Tv. #Simpsons, #Conspirações, #FakeNews, #CoronaVírus, #VarioladoMacaco Referências Bibliográficas: MORAES, Maurício. #Verificamos: É falso que Os Simpsons previram a chegada do novo coronavírus. Lupa, Folha de São Paulo. 2020. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2020/03/03/verificamos-simpsons-previram-chegada-novo-coronavirus/ acesso em 30/05/2022 LOPES, Gilmar.Os Simpsons previram em 1993 a epidemia do coronavírus?. E-Farsas, 2020. Disponível em: https://www.e-farsas.com/os-simpsons-previram-a-epidemia-do-coronavirus-em-1993.htm acesso em 30/05/2022

  • O projeto de extermínio das populações autóctones brasileiras.

    #ParaTodosVerem: Fotografia de mulher indígena segura bandeira brasileira manchada de tinta vermelha, representando sangue, em manifestação pró direitos indígenas. Fonte: https://outraspalavras.net/crise-brasileira/o-que-se-trama-contra-os-povos-indigenas/ Donos por direito da Terra, as populações indígenas brasileiras porém são consideradas como invasoras, pesos mortos ao projeto de “desenvolvimento” econômico em áreas de preservação e terras demarcadas. Tal processo se desenvolve em situações e locais onde não há a correta manutenção dos direitos básicos e de preservação das comunidades, além de também serem resultados da falta de demarcação de terras indígenas. Nos últimos anos houve a redução de repasse de verbas para projetos de manutenção de projetos de auxílio e proteção para com as comunidades nativas por meio do governo Federal, propiciando para que a situação chegasse ao ponto que chegou em 2022, com cenários que relembram a época da colonização européia. Considerados como “persona non grata” por muitos, os povos nativos do Brasil sofreram diversos massacres orquestrados que fazem parte de um genocídio maior no país. Como exemplo de tais acontecimentos temos desde a origem do contato entre população nativa e homem branco na colonização: guerras de conquista, instigação de conflito entre nações inimigas, introdução de doenças, além de torturas e abusos sexuais. Na era moderna, podemos citar o Massacre do Paralelo 11 onde o povo indígena Cintas-Largas quase foram extintos por um massacre coordenado que visava expulsá-los de suas terras em busca de exploração de recursos minerais e de uso das terras para plantio, através de um plano de exploração e habitação das terras ao norte do país. O episódio é retratado no filme “Avaeté - a semente da vingança” - 1985, Zelito Viana. De acordo com as autoras Vançan e Rodrigues (2021) citando Valente (apud 2017, p. 210) “Trata-se de uma chacina que dizimou por volta de 3.500 indígenas da etnia Cinta Larga, que ocorreu na região norte do Estado de Mato Grosso, à beira do Rio Aripuanã, cujas terras eram reservas de diamantes, de grande repercussão internacional à época dos fatos, e que foi comprovado de maneira ampla em processo judicial aberto no Estado de Mato Grosso.” #ParaTodosVerem: Fotografia preta e branca de dois homens prestes a serrar ao meio mulher pertencente à etnia dos cinta-largas amarrada de cabeça para baixo. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_do_Paralelo_11 Nos últimos anos houveram diversas condutas e opiniões veiculadas em canais de mídia que opuseram os direitos e interesses indígenas às políticas aplicadas aos povos nativos. Dessa forma vai sendo criada uma mentalidade de que os povos indígenas são um peso para o Estado, além de parecerem estar incomodando buscando direitos e deveres. Porém, tal povo busca reconhecimento de terras e respeito por sua identidade cultural e social historicamente, tendo tido vitórias em poucas vezes e ainda sob muito custo. Dessa forma é imprescindível que voltemos nossa atenção para tais causas e busquemos ter ao menos a consciência e dever de conhecer e respeitar a história dos povos originários dessa terra. Indicações de Filmes: Piripkura. 2017 - Mariana Oliva, Bruno Jorge, Renata Terra O documentário explora o crescente genocídio provocado por mineradores e madeireiros no território de mesmo nome. Aborda também sobre como as comunidades tentam lutar contra tais acontecimentos, porém sem o auxílio de instituições e políticas de proteção não conseguem manter sua terra e vidas, beirando a extinção. Xingu. 2012 - Cao Hamburger O filme retrata a história de exploração ao Oeste Brasileiro na década de 40 pelos irmãos Cláudio e Leonardo e seu processo de contato com as populações nativas da área do Xingu. O filme também faz um pequeno recorte de conquistas futuras dos povos em função do contato estabelecido entre os irmãos e as populações. XETÁ. 2010 - Fernando Severo Nos anos 40 e 50 houve um processo de colonização desordenado no noroeste do Paraná e aconteceu o contato entre uma população nativa que havia tido pouquíssimo contato com o homem branco. O povo Xetá acabou sendo expulso de suas terras e sofreu a quase extinção. Lucas da Silva, Graduando em Administração - FEA, USP #Indígenas, #Exploração, #DireitosHumanos, #DonosDaTerra, #CadêosYanomami Bibliografia: Vançan, A. C., & Rodrigues, M. V. . (2021). O Massacre do Paralelo 11 e os Direitos Fundamentais a partir do Direito de Memória Indígena e a decolonização do Direito Brasileiro . RELACult - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura E Sociedade, 7(1). https://doi.org/10.23899/relacult.v7i1.2135. Acesso em 23/05/2022 15:32

  • YANOMAMI, O GARIMPO ILEGAL E O QUE NÓS PODEMOS FAZER PARA IMPEDIR

    Que as redes sociais são poderosas e podem mudar a história todo mundo sabe. O documentário original Netflix, “O Dilema das Redes”, é uma denúncia pública sobre como somos influenciados o tempo todo por algoritmos presentes em redes sociais, que nos prendem em bolhas e incentivam diferentes tipos de comportamento, mas o que pouca gente sabe é que para além da forma negativa, podemos utilizar esses algoritmos de forma positiva ao dar voz a quem historicamente não tem, como é o caso dos povos indígenas e em específico o povo Yanomami. #ParaTodosVerem: cartaz oficial da Netflix, demonstra um homem branco deitado em uma cama utilizando o smartphone, as luzes do quarto estão apagadas, a única fonte de luz da imagem provém do celular que cobre a face do homem, pode-se ver nitidamente apenas suas mãos segurando o aparelho. Imagem disponível em: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-280921/ Recentemente diversas denúncias surgiram em redes sociais e as hashtags “#OndeEstaoOsYanomami”, “#CadêOsYanomami” e “#SOSYanomami” ficaram em alta, trazendo pressão social às autoridades responsáveis e ao governo federal, artistas como Alok e Whindersson Nunes participaram do movimento e questionaram em suas redes socias pela presença dos Yanomamis. Fonte da imagem: https://twitter.com/tesoureiros/status/1521457591628533760 #ParaTodosVerem: Print das “Tendências de Brasil” em uma rede social, onde se vê que no TOP 13 estava a hashtag “CadêOsYanomami” em letras garrafais brancas em um fundo preto. Essa pressão social gerada pela alta da hashtag nas redes sociais trouxe voz para a comunidade indigena e expôs casos de abusos sofridos pelos Yanomami e causados pelo garimpo ilegal, como o abuso sexual de uma criança de 12 anos, o desaparecimento de uma criança de 3 anos e a fuga de uma comunidade composta por 25 pessoas por medo dos garimpeiros. O garimpo ilegal destrói a floresta, traz doenças de brancos para a comunidade indígena, afasta os animais, polui a água e mata os peixes, em suma coloca todo o estilo de vida do indígena em ameaça e quando esse estilo de vida é destruido o que sobra para a comunidade é trabalhar forçadamente, em regime de escravidão, para o garimpo ilegal em troca de comida. A estatística trazida pelo representante da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais em Roraima, Alisson Marugal, há mais de 20 mil garimpeiros ilegais nas terras demarcadas. Um dos motivos para essa explosão demográfica de garimpeiros é o aumento do ouro no mercado internacional, com a pandemia, e a crise interna nos Estados Unidos, os investidores decidiram investir seu capital em algo sólido e permanentemente lucrativo: o ouro. Acrescente a Guerra da Ucrânia e da Rússia, a alta da inflação mundial e a desvalorização do dólar e o que se tem é o ouro como uma das commodities que mais se valorizaram nos últimos anos, o ouro é segurança financeira em um mundo economicamente inseguro, mas ironicamente traz insegurança e devastação a povos indígenas inocentes. Assim, o genocídio e o medo sofrido pelos Yanomamis é sinfônico ao de outros povos indigenas da região da Floresta Amazônia e datam desde o Brasil Colônia, o documentário “Martírio”, do diretor Vincent Carelli denuncia a invasão e finaliza com o novo genocídio implantado por reis do gado, soja e o garimpo ilegal. Imagem disponível em: https://fundacaoculturalbadesc.com/cineclube-da-fundacao-badesc-exibe-o-filme-martirio-de-vincent-carelli/ #ParaTodosVerem: cartaz oficial da Fundação Cultural Badesc para divulgação de sessão especial do filme “Martírio”, no canto esquerdo da imagem há um índio em destaque, é possível ver seu rosto pintado de verde, com os olhos pintados de preto, utiliza um cocar com penas laranjas, verdes, brancas e marrons; há outros dois rostos indígenas ao fundo, também pintados, mas apenas com tinta preta. Há grandes letras garrafais brancas com o nome do filme e ocupam grande parte da imagem. Para além dos cinemas, a denúncia de violência contra os povos Yanomamis e indígena em geral pode ser feita por você, por nós, com o engajamento nas redes sociais: o uso de hashtags e comentários na web geram uma pressão social positiva e condicionam as ações do governo e de orgãos responsáveis, que podem fazer a diferença ao enviar proteção e trabalhar em políticas contra o desmatamento e garimpo ilegal. Para saber mais sobre o assunto e possuir dados estátiscos sobre a questão do garimpo ilegal e o desmatamento sites como da Hutukara trazem informações relevantes e verídicas acerca da questão indígena no Brasil, sendo o site Hutukara especializado na questão dos Yanomami. Julia Lopes, graduanda em Letras - FFLCH, USP. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MARTINS, Thays. Menina ianomâmi de 12 anos morre após ser estuprada por garimpeiros. Correio Braziliense. 2022. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2022/04/5003316-menina-ianomami-de-12-anos-morre-apos-ser-estuprada-por-garimpeiros.html. Acesso em: 24/05/2022 A onda de invasões de garimpeiros que ameaça os Yanomami. Hutukara. 2022. Disponível em: http://www.hutukara.org/index.php/noticias/859-a-onda-de-invasoes-de-garimpeiros-que-ameaca-os-yanomami. Acesso em: 24/05/2022 Aldeia Yanomami é totalmente incendiada após denúncia de estupro de menina de 12 anos. Istoé. 2022. Disponível em: https://istoe.com.br/aldeia-yanomami-e-totalmente-incendiada-apos-denuncia-de-estupro-de-menina-de-12-anos/. Acesso em: 24/05/2022 Cineclube da Fundação Badesc exibe o filme Martírio, de Vincent Carelli. Fundação Cultural Badesc. 2022. Disponível em: https://fundacaoculturalbadesc.com/cineclube-da-fundacao-badesc-exibe-o-filme-martirio-de-vincent-carelli/. Acesso em: 24/05/2022 Cinco motivos para a maior valorização do ouro na história. E Investidor- Estadão. 2020. Disponível em: https://einvestidor.estadao.com.br/investimentos/ouro-cinco-motivos . Acesso em: 25/05/2022

  • Nada surpreende se faz parte de um plano: O etnocídio indígena e o capitalismo

    #ParaTodosVerem [Fotografia]: Três indígenas estão de perfil na imagem, mas apenas um está sob o foco. Ele/ela tem cabelo liso e longo, usa um adereço trançado na cabeça com penas azuis e amarelas. Todos os indivíduos usam uma máscara branca que diz “Vidas indígenas importam”. Fonte:https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-06-14/a-morte-do-futuro-covid-19-entre-os-povos-originarios.html Recentemente, o povo Yanomami sofreu ataques físicos, psicológicos e morais por parte de garimpeiros ilegais. O interesse da mídia, dos orgãos de justiça e proteção indigena (Funai) mais uma vez escancararam como a mais de 500 anos pouco se faz contra o genocídio indígena no Brasil e no mundo. Isso pois se no ano de 1500 a população indígena no Brasil era “de dois a cinco milhões de pessoas” hoje, passaram a ser “cerca de 250 mil indivíduos” (FAPESP, 1998). É nítido que a sociedade como um todo não se importa com milhares de vidas e a cultura de centenas de povos sendo extinta. Em apenas 20 minutos o curta-metragem documental “Xetá” do diretor Fernando Severo (disponível na plataforma digital de cinema indígena “Cinenativo”) aborda a gravidade da situação tratando de apenas uma etnia indígena: os Xetá, um povo paranaense quase extinto, que ficou conhecido por ser o último a ser colonizado nos anos 40/50 no Estado, e assim como ocorreu no início da colonização portuguesa, e como se repete até hoje, o povo Xetá sofreu um genocídio em nome da evangelização e do desmatamento pela monocultura. Para além das cenas chocantes que contam essa parte da história, uma cena do documentário chama bastante atenção para a naturalidade que a sociedade foi levada a tratar do assunto. O enredo mostra a reunião dos últimos sobreviventes e descendentes do povo Xetá que haviam conseguido sobreviver por terem fugido ou sido sequestrados ainda bebês e levados para várias regiões do Brasil. O grupo vai à região onde viviam originalmente e é recebido em uma escola de ensino primário com a apresentação de uma pesquisa sobre a etnia, feita pelos estudantes. O choque vem da caracterização das crianças, como diz a narração: “todas vestidas de indígenas norte-americanos”, ou seja, além de naturalizar o racismo no ato de usar uma etnia como fantasia, a aculturação causada pelo imperialismo estadunidense se mostra impregnada na rotina até dos educadores. Nesse mesmo processo, pelos interesses nefastos dos que regem o sistema capitalista, extinguem-se também plantas, animais e a possibilidade de qualquer sobrevivência de vida terrestre. A estratégia é clara, reprimir e impossibilitar a produção e compartilhamento de informação contrária ao capital, e isso pode ser visto na ausência da importância dada à produção de conhecimento milenar indígena sobre as possibilidades do universo ecológico deste planeta, bem como os novos estudos que o Planeta Terra não suporta mais esse sistema de produção e consumo do ser humano. O desmonte da Funai, o aumento das queimadas e do desmatamento, a liberação de agrotóxicos, o garimpo ilegal e a falta de atendimento médico para a população indígena não chocam porque são parte de um projeto ganancioso das grandes elites que pouco se importam com humanos e com a Terra, afinal mudar-se do planeta já faz parte dos planos deles. Os "Super-ricos'' ficam com 82% da riqueza gerada no mundo em 2017” (GOMES, 2018), a exploração e o abismo refletem-se nos números, a “fortuna de bilionários do mundo cresceu 60% durante a pandemia” (COOBAN, 2022). Esses super-ricos são menos de 1% da população mundial, o privilégio é tanto que eles são incapazes de entender o tamanho desta desigualdade e das dificuldades diárias dos 99%, por isso o sistema é tão bem articulado, do contrário, certamente os 99% se rebelariam e entenderiam a importância de realizar o sonho de todas as etnias indígenas à séculos: proteção ao meio ambiente, demarcação de terras, retratação e respeito. Juliana Mendes Santiago - Estudante de Biblioteconomia (ECA/USP) #Indígenas #Brasil #Capitalismo #GenocídioIndígena #MeioAmbiente #Xeta #Yanomami Referências XETÁ. Direção de Fernando Severo. Brasil: WG7BR, 2011. COOBAN, Anna. Fortuna de bilionários do mundo cresceu 60% durante a pandemia. CNN Brasil, Rio de Janeiro, 17 jan. 2022. Business. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/business/fortuna-de-bilionarios-do-mundo-cresceu-60-durante-a-pandemia/. Acesso em: 23 mai. 2022. FAPESP. Índios do Brasil. Revista Pesquisa, São Paulo, v. 29, p.11, mar. 1998. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/indios-do-brasil/. Acesso em: 23 mai. 2022. GOMES, Helton Simões. Super-ricos ficam com 82% da riqueza gerada no mundo em 2017, diz estudo. G1, São Paulo, 21 jan. 2018. Economia. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/super-ricos-ficam-com-82-da-riqueza-gerada-no-mundo-em-2017-diz-estudo.ghtml. Acesso em: 23 mai. 2022.

  • UMA BREVE PERSPECTIVA VEGANA SOBRE O AUMENTO DO PREÇO DE ALIMENTOS

    #PraCegoVer: Ilustração com fundo preto, mostra uma mulher com uma peixeira na cintura, carregando um cacho de banana e em volta dela flores e outros alimentos como: beterraba, cenoura e mais bananas. Além disso, há uma cobra andando com ela. Imagem disponível em: https://www.instagram.com/p/CMdIZylHYwO/ "Alimentos ficam 28% mais caros em 2021; é o maior nível em 10 anos" Esse é o título da matéria do site Ig, na aba Economia. De acordo com a agência de alimentos da ONU, as esperanças de um retorno mais estável às condições antigas de preços são mínimas e as variações nos preços dos alimentos estão cada vez maiores. Tendo com base essa premissa e o preço dos legumes e verduras mais altos (tomate R$12,00 o Kg, cenoura R$14,00 nos grandes centros e entre outros), é possível que o veganismo, na sua verdadeira forma popular e acessível, ainda seja a forma mais viável em termos financeiros para a população geral? Antes de tudo, é necessário diferenciar o veganismo popular do veganismo que atinge as grandes mídias: Individual, liberal e transformado em um grande nicho de mercado para obter lucro, com nomes e ingredientes totalmente inacessíveis à maioria da população brasileira. No veganismo popular, é possível enxergar uma luta transversal, com consciência de classe e que busca entender não só a opressão passiva imposta sobre os animais, mas também a existência de um projeto de genocídio sob a população preta, pobre e/ou periférica do país quando os alimentos ultraprocessados são mais baratos que comida de qualidade. Isso também pode ser definido por nutricídio, cunhado pelo Doutor Llaila O. Afrika, que discute as grandes mudanças que invasões europeias levaram para a saúde das populações negras em geral. Os alimentos ultraprocessados são opções mais baratas e cheias de toxinas para o corpo humano. Essa forma de segregação é refletida dos tempos escravistas até os dias atuais, a população não tem mais acesso ao que antes era até plantado por ela própria. Entender esse projeto de indução, além das influências culturais e o estímulo à desinformação de que uma dieta baseada em plantas não é o suficiente para os corpos, é também a chave para compreender que essa dieta é sim a opção mais nutritiva e em conta no mercado, o documentário "Dieta de Gladiadores", disponível na Netflix, traz dados cartesianos sobre o rendimento da dieta vegana no organismo ao comparar amostras sanguíneas de atletas veganos, não veganos e em transição de dieta, os resultados se mostraram a favor do veganismo, identificando menos gordura no sangue, maior energia no corpo e outras melhorias no corpo do atleta vegano. Assim, enquanto existirem discursos comemorando que o consumo de carne diminuiu baseado na miséria de grande parte da população, estaremos cada vez mais distantes do ato político e do fim da exploração animal. É preciso que pessoas dentro de suas realidades pautem o veganismo o tornando um conhecimento simples, acessível e anticapitalista, como é o caso de diversos perfis periféricos como: @xepaativismo @veganoperiferico e @sapavegana tem feito como um trabalho de base para que possamos de fato alcançar a soberania alimentar. Tornar o discurso e a prática acessível para a maior parte da população é o melhor caminho possível. O perfil @veganoperiferico produziu um documentário independente com o mesmo nome "Vegano Periférico" e está disponível no Youtube, o documentário apresenta o veganismo de forma acessível ao popular e demonstra que ser vegano é mais do que ter uma dieta verde, é realizar um ato político. #VeganismoPopular #Veganismo #Crise #Inflação #PreçoAlimentos Lucas Moreira Pinto, graduando em Sistemas de Informação pela EACH-USP Referências Bibliográficas O Veganismo Popular não comemora o aumento do preço da carne, atualizado em 10/06/2021. Disponível em: https://midianinja.org/xepaativismo/o-veganismo-popular-nao-comemora-o-aumento-do-preco-da-carne/ Acesso em: 25/02/2022. Alimentos ficam 28% mais caros em 2021; é o maior nível em 10 anos, atualizado em 06/01/2022. Disponível em: https://economia.ig.com.br/2022-01-06/alimentos-mais-caros-2021.html. Acesso em: 25/02/2022. PRECISAMOS FALAR SOBRE O NUTRICÍDIO Disponível em: https://freesoulfood.com.br/precisamos-falar-sobre-o-nutricidio/. Acesso em: 24/01/2022

  • Duas Pandemias

    Qualquer um consegue trabalhar e economizar US$100 mil para viajar a Marte. Essa foi a declaração dada por Elon Musk em entrevista ao canal “TED”. O CEO da SpaceX e protagonista do novo documentário da Netflix, “De Volta Ao Espaço”, aumentou sua riqueza em 129% ao ano e se tornou o homem mais rico do mundo durante a Pandemia de Covid-19. Em contraponto, a previsão da Organização Internacional do Trabalho é de que a pandemia deixará mais de 200 milhões de pessoas desempregadas no mundo, evidenciando as diferentes condições das classes frente ao cenário pandêmico. #ParaTodosVerem [fotografia]: Na imagem possui uma edificação, que em evidência está o logo da empresa automotiva "Tesla", que tem como um dos seus fundadores o bilionário Elon Musk. No plano de frente, um tanto de desfocado, carros estacionados como em um estacionamento, que refletem a cor do céu em um entardecer. O documentário nos mostra rapidamente como Musk é uma figura polêmica e excêntrica. Ao fazer afirmações como essa, o empresário fecha os olhos para o outro lado da balança: a classe trabalhadora que carrega nas costas todas as mazelas causadas por essa crise sanitária. O bilionário e seus companheiros de classe não são os que sentem o impacto da alta dos preços de alimentos, combustíveis e medicamentos, e, certamente, não são os afetados pelo aumento das taxas de desemprego em diversos países. Ao dizerem que “qualquer um pode ficar rico” ou que basta o trabalhador economizar dinheiro para conseguir acumular uma fortuna, os bilionários incentivam uma meritocracia inexistente para os trabalhadores ao mesmo tempo em que lucram com a força de trabalho deles. #ParaTodosVerem [fotografia]: No centro da imagem existe uma cesta de mercado cheia de alimentos, sendo eles alface, abóbora, berinjela, pimentão e mamão. Essa cesta é segurada por um homem de camiseta branca com uma listra azul e outra vermelha. No canto direito da imagem existem batatas e pimentões vermelhos e verdes. Ao fundo, desfocado, há limões. http://site.cdljuazeirodonorte.org.br/alta-de-alimentos-pode-puxar-precos-de-outros-segment os-em-2021/ Enquanto 493 novos bilionários surgiam no cenário mundial, a população mais pobre foi obrigada a lidar com a redução da renda familiar. No Brasil, o número de desempregados foi maior entre os trabalhadores informais e pessoas com fundamental incompleto. O número de pessoas empregadas nessa faixa da população caiu 17% em 2020, mas o preço dos alimentos subiram 28%, fazendo com que muitas famílias fossem obrigadas a enfrentar a realidade da fome, diversas vezes recorrendo a comprar ossos ou produtos vencidos no mercado. Boa parte da população brasileira deixou de ter acesso ao saneamento básico, à alimentação de qualidade, à educação, à saúde e ao lazer. Ao mesmo tempo, a classe baixa foi a mais exposta ao vírus, sendo obrigada a encarar ônibus lotados e trabalho presencial. O mesmo não aconteceu com a classe alta, que nunca deixou de ter acesso a seus direitos e privilégios, podendo escolher onde e quando se expor ao coronavírus. É evidente que existem duas pandemias no Brasil e no mundo: a pandemia na qual os bilionários ficam mais ricos e a outra, na qual a classe baixa fica ainda mais pobre. Enquanto Elon Musk está preocupado com a ida a Marte, a classe trabalhadora está preocupada com a alimentação da semana e se vê obrigada a se sujeitar a condições cada vez mais precárias de trabalho para ter o mínimo, ou menos que isso. Mariana Monteiro, Geografia - USP. #pandemia #crise #bilionarios #classetrabalhadora #coronavirus TEMPO, O. Elon Musk diz que 'qualquer um' consegue economizar R$ 465 mil para ir a Marte. O tempo, 2022. Disponível em: . Acesso em: 19 de abril de 2022. NACIONAL, JORNAL. Efeitos da pandemia na renda dos brasileiros mudam negociações do aluguel. G1, 2021. Disponível em: . Acesso em: 19 de abril de 2022. O GLOBO, AGÊNCIA. Pandemia deixará mais de 200 milhões sem emprego no mundo até 2022, alerta OIT. IG Economia, 2021. Disponível em: . Acesso em: 19 de abril de 2022.

  • FRAGMENTAÇÕES DE UM MUNDO EM CRISE

    #PARATODOSVEREM: UM RAPAZ NEGRO USANDO MÁSCARA AZUL DE PROTEÇÃO CONTRA A COVID, DE BONÉ E CAMISA PRETA, DO LADO ESQUERDO PODE-SE VER EM SUA MÃO UM RODO QUE LIMPA A JANELA DA FRENTE DE UM CARRO BRANCO, ENQUANTO A OUTRA MÃO SEGURA UMA GARRAGA COM ÁGUA E DETERGENTE. Enquanto em alguns cantos do globo terrestre há pessoas se tornando bilionários, e tudo isso diante da maior crise sanitária já vista em toda a história, nos deparamos com uma lista da Forbes em que o número de pessoas que enriqueceram no mundo aumentou. Simultaneamente, segundo a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) os preços dos alimentos subiram 28% em 2021, ao passo que o desemprego atingiu a taxa média de 11,4% segundo a Fundação Getúlio Vargas. Foi no contexto da pandemia que ficou mais evidente as diferenças sociais já estabelecidas em outrora e que se intensificaram ao decorrer do período pandêmico. Mesmo diante deste cenário o mundo ganhou 493 novos bilionários, todos eles empreendedores, sendo que Estados Unidos e China lideram a lista desses novatos e há um interessantíssimo elemento comum entre esses potenciais trilionários: todos possuem a tecnologia como empreendimento. O que nos faz refletir sobre a taxa de crescimento de riquezas em contrapartida com o empobrecimento da população global. Para entender melhor a visão de empresas e pessoas milionárias, o documentário canadense “The Corporation” ilustra bem essa busca incansável e interminável pelo lucro e pelo poder. Por meio dele podemos ter uma visão mais nítida de como grandes corporações pensam e de como as pessoas são afetadas por essa lógica. Os efeitos pandêmicos sobre o mercado de trabalho brasileiro chamam a atenção, o país que já passava por uma recessão de 2014 à 2016, teve uma maior taxa de desemprego durante esta época. O cenário atual afetou principalmente os trabalhadores informais e de baixa escolaridade, já que por fazerem parte do setor de serviços, faziam trabalhos dos mais diversos, como por exemplo vender água no semáforo ou até mesmo limpeza de janelas de carros - ação esta que foi interrompida durante a pandemia do covid-19, intensificando o número de pessoas em estado de vulnerabilidade social. É preocupante que enquanto o mundo acumula riquezas muito bem centralizadas, o resto do mundo passa por recessos e faltas, seja ele de qual ordem for. O sistema econômico vigente puni aos mais pobres, aqueles que não tem acesso à educação e ainda continuam na margem da sociedade. Assim o mundo segue o seu percurso perverso, sem se preocupar com o bem estar social, o que vale é o capital acumulado, mesmo que “lá fora” há pessoas morrendo por um vírus desconhecido. Durante o pior período da pandemia, deveríamos estar engajados em achar a cura do vírus avassalador, ou deveríamos, ao menos, manter grande parte da população segura dentro de suas casas, com o básico para sua sobrevivência: alimentos, remédios e outros. Mas infelizmente a realidade foi outra, o abismo da pirâmide social só foi ampliado durante este contexto, porque mais vale um mundo fragmentado, com muros e poucas pontes, para manter o poder e o status quo, enquanto muitos não conseguem sobreviver por não ter o mínimo para continuar. A crise é política e social, mas é mais do que isso, a crise é humanitária: esquecemos o valor que uma vida humana tem. Fred Zeffirelli, estudante de Artes Cênicas, ECA-USP. RAVACHE, Guilherme. Quem será o primeiro trilionário do mundo?. UOL,2022. Disponível em: < https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/tecnologia-e-inovacao/2021/04/12112486-quem-sera-o-primeiro-trilionario-do-mundo.html> Acessado em: 22/04/2022 Alimentos ficam 28% mais caros em 2021: é o maior nível em 10 anos. IG, 2022. Disponível em: < https://economia.ig.com.br/2022-01-06/alimentos-mais-caros-2021.html> Acessado em: 22/04/2022 Desemprego alto é desafio para governo em 2022, e pode persistir até 2026. FGV IBRE, 2022. Disponível em: < https://portalibre.fgv.br/revista-conjuntura-economica/carta-da-conjuntura/desemprego-alto-e-desafio-para-governo-em-2022-e> Acessado em: 22/04/2022 #pandemia #desemprego #desigualdadesocial #bilionarios #fome

  • Obscurantismo Moderno: o impacto da desinformação na saúde.

    Tendo seu início no Brasil em 1904, com a vacina contra a varíola, a vacinação no Brasil teve diferentes níveis de interesse populacional ao decorrer dos anos. Como um exemplo de fracasso em campanhas vacinais temos a “Revolta da Vacina”, evento ocorrido em 1904 em que a população revoltada pela obrigatoriedade de vacinação contra a varíola, aliado a uma política truculenta de aplicação e falta de informação sobre o procedimento levou a população da cidade do Rio de Janeiro a se amotinar contra as autoridades, negando a vacinação. Porém, ao decorrer do tempo também houveram casos de sucesso em campanhas de saúde pública, como é o famoso exemplo da campanha de vacinação contra a poliomielite, representada na famosa figura do “Zé Gotinha”. #ParaTodosVerem: imagem de propaganda televisiva da campanha de vacinação contra a poliomielite com a figura do “Zé Gotinha” como garoto propaganda. O “Zé Gotinha” se encontra na cozinha, em frente a uma geladeira aberta. Disponível em: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/comunicacao/casa-ze-gotinha De acordo com Marcolino (2008), ainda que o modelo de caderneta de vacinação já estivesse implantado no Brasil na década de 80 e fosse de extrema importância para o aumento nos números de vacinados, a popularização só atingiu grandes proporções quando foram adotadas estratégias de campanha e a criação dos dias nacionais de vacinação no Brasil. Com isso podemos fazer um paralelo sobre como campanhas voltadas para a informação sobre vacinação tem maior eficiência do que imposições para a população, ainda que seja de extrema importância para a sociedade como um todo o melhor é divulgar as informações de forma eficaz e permitir a livre escolha da população em se vacinar ou não. Porém, nos últimos anos cresceu a divulgação de informações inverídicas sobre diversos assuntos envolvendo temas como saúde, tudo em função da forma com que a internet permite que pessoas com opiniões parecidas se encontrem e compartilhem conteúdo sem algum tipo de controle de informações falsas que podem vir a educar erroneamente quem busca informações sobre determinado assunto. De fato, a internet trouxe uma disseminação de conhecimento enorme e permitiu que diversas pessoas tivessem acesso a um mundo de informações que antes seria de difícil acesso por questões de logística e tecnologia, porém o impacto que a reunião de informações falsas e, potencialmente nocivas, no caso de informações que atestam que vacinas causam doenças ou que não são eficazes contra vírus, por exemplo, podem fazer com que uma parte da população e até mesmo em maior escala, uma parte do mundo, sofra consequências desastrosas. Desde o começo da pandemia do COVID-19 o mundo enfrentou diversos tipos de informações inverídicas sobre o vírus, sobre tratamentos, vacinas, propósito do vírus, et cetera. Tudo isso só propiciou para aumentar os níveis de transmissão e mortes, fazendo com que o vírus demorasse a ser controlado e que diversas outras variantes fossem criadas. Um dos maiores exemplos de como a desinformação e fake news trazem problemas de saúde pública é o caso da vacinação nos Estados Unidos. Um dos países que mais investiu precocemente em vacinas desde o começo da pandemia. A infraestrutura e logística do país permitiria que os mesmos tivessem níveis de vacinação maiores que o brasileiro, por exemplo, que teve problemas com logística, compra e distribuição desde o começo da aplicação das doses. Grande parte desse problema se deve aos Estados Unidos serem um dos países em que mais existem movimentos antivacina desde sempre, como esse trecho de uma matéria de 2014 revela: “Surtos de doenças como sarampo, caxumba ou coqueluche costumam ser associados a países pobres da África ou da Ásia, onde grande parte da população não tem acesso a vacinação e cuidados médicos. No entanto, nos últimos anos essas doenças vêm ressurgindo com força nos EUA. Somente no ano passado, foram registrados mais de 24 mil casos de coqueluche no país… O fenômeno vem chamando a atenção de especialistas, que relacionam muitos dos surtos ao movimento antivacina, encabeçado por pais que decidem não vacinar seus filhos por motivos que incluem o temor de efeitos colaterais que prejudiquem a saúde da criança.” Disponível em: https://www.google.com/search?q=Vacina%C3%A7%C3%A3o+estados+unidos&oq=Vacina%C3%A7%C3%A3o+estados+unidos&aqs=chrome..69i57j0i433i512l2j0i512j0i433i457i512j0i402l2j0i433i512j0i512j0i433.3123j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8#colocmid=/m/09c7w0&coasync=0 Lucas da Silva Kairoff- Administração FEA-USP Indicação de Filme: Dilema das Redes. Filme de 2020, produzido pela Netflix, tem como objetivo principal fazer uma análise contemporânea das redes sociais e o âmbito da influência delas nos meios de cultura, política, democracia e sociedade. Em forma de documentário, o longa traz profissionais de tecnologia da Califórnia para darem suas opiniões, fazerem previsões e contarem um pouco sobre como é a forma que é construída os indicadores das redes sociais e seus complementos de mídia e algoritmos. CORRÊA, Alessandra. Movimento antivacina gera surto de doenças nos EUA, BBC NEWS BRASIL, Nova York, 2014. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/02/140221_vacinas_doencas_dg Acesso em: 16/03/2022 MARCOLINO, Rafaela Ricardo Santos. Os Recursos Teatrais Como Estratégia nas Campanhas de Mobilização Social - Estudo de Caso: Campanha Zé Gotinha, Curitiba, p. 7, 2009. Disponível em: https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/cadernoscomunicacao/article/view/2029. Acesso em: 16/03/2022 gle.com/search?q=Vacina%C3%A7%C3%A3o+estados+unidos&oq=Vacina%C3%A7%C3%A3o+estados+unidos&/aqs=chrome..69i57j0i433i512l2j0i512j0i433i457i512j0i402l2j0i433i512j0i512j0i433.3123j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8#colocmid=/m/015fr&coasync=0

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