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  • “A Conspiração Antivacina” e o vírus da desinformação

    #ParaTodosVerem [Fotografia]: Cena do Filme “A Conspiração Antivacina”. Em frente de um local ao ar livre com vegetação relativamente alta, um homem branco com óculos e camisa xadrez está sorrindo e segurando um cartaz preto e branco que diz “Vaccines save lives”. Fonte: https://hbomax-images.warnermediacdn.com/images/GYXCIQgGGZ8J0fQEAAAAM/tileburnedin?size=1280x720&partner=hbomaxcom&v=6e51455dcfbf3ef3e8787af7b8f95044&language=pt-br&host=art-gallery.api.hbo.com&w=Infinity Desde antes do avanço das tecnologias da comunicação, falar sobre vacinação é um assunto complexo por diversos motivos. Apesar do filme “Conspiração Antivacina” (2021) da diretora Colette Camden, conter apenas o recorte de algumas comunidades do Estados Unidos na atualidade, é possível encontrar vários paralelos e motivações para essa variedade e complexidade de motivos. Durante o enredo é possível notar que a problemática da vacinação torna-se polêmica quando relacionada a questões capitalistas e religiosas, desdobrando-se para uma rede de outros problemas relacionados ao medo, preconceito e a infeliz ascensão da propagação da desinformação. A narrativa conta com detalhes sobre o início e progressão do mais recente movimento antivacina e, possivelmente, o mais mortal, já que esse cresceu muito no contexto da pandemia da covid-19. Ao que se pode constatar esse atual interesse contra a vacinação foi iniciado por Andrew Wakefield em 1995 que na época, era professor e consultor em gastroenterologia em uma escola de medicina em Londres e “publicou um artigo na principal revista médica The Lancet, dizendo que a vacina contra o sarampo poderia causar a doença de Crohn (inflamação dos intestinos).” (ERMAN, 2022) e poucos anos depois, o artigo “teve colaboração de outros 11 pesquisadores, ligando a Tríplice Viral ao aumento do autismo.” (ERMAN, 2022). Quando outros cientistas foram revisar a publicação de Andrew, encontraram uma produção totalmente enviesada que nada correspondia aos métodos científicos necessários para a confirmação dessas afirmações, porém a essa altura a desinformação já estava publicada e se aproveitava do medo da população para cada vez mais adentrar no cotidiano das famílias com bebês e crianças pequenas em casa. Mesmo após a descoberta das segundas intenções de Wakefield em tirar a credibilidade da empresa que fabricava as vacinas que ele criticava e mesmo após a cassação de seu registro médico, o movimento antivacina não parou de crescer, permitindo o retorno de doenças anteriormente erradicadas. A exemplo da volta do sarampo ao Brasil, que em 2019 teve “cerca de 18 mil casos em 526 municípios em 23 Unidades da Federação, com 15 óbitos.” (DIAS, 2020). Seguindo o enredo, o filme mostra uma importante ferramenta de manipulação da informação, pois percebe-se que a convicção e descrença de adultos em relação à própria vacinação e a de suas crianças é totalmente baseada na boa locução de uma pessoa que se mostra interessada em ouvir as histórias de vida de cada paciente/cliente e aproveitando-se disto, manipula-se uma rede de desinformados para obtenção de lucros exorbitantes. A covardia, ganância e sensação de impunidade permite cenas como as vistas no filme, onde de um lado, um ótimo locutor, vendendo e conquistando seu público com um “remédio milagroso” para crianças feito de alvejante, e do outro familiares passam a questionar fatos já provados pela ciência e acreditam fielmente que as partes do intestino que as crianças expelem ao tomar o alvejante são as “doenças” sendo eliminadas. Outro fator marcante sobre a complexidade do assunto está relacionado com a desconfiança geral para com as autoridades, no filme, vê-se mais especificamente essa relação sob a visão da população preta que após séculos de racismo estrutural tem fortes motivações para não acreditar no que o governo pretende com a vacinação em massa. Nesse sentido paralelos podem ser feitos com algumas religiões, populações marginalizadas e certos interesses políticos, pois como na prática, de fato, agulhas e líquidos sendo injetados nos corpos de várias pessoas soa como algo assustador e sem o devido diálogo com todas as populações, notícias falsas como a implantação de chips por meio das vacinas são narrativas fáceis de serem criadas. Além disso, também existem as dicas de remédios naturais milagrosos que qualquer pessoa pode criar ou recomendar, mas nesse sentido também existem controvérsias, pois conhecimentos milenares de indígenas e religiões de matriz africana não podem ser descartados, já que falta interesse em grande escala para estudos na área e seus descarte acarreta ainda mais afastamento entre as populações e a comunidade científica. Conclui-se que de fato a problemática da vacinação associada a desinformação não tem fácil solução (ainda mais quando as autoridades do país endossam a fabricação de notícias falsas). Mas fica claro que cabe uma autocrítica da comunidade científica para facilitação na comunicação com mais tipos de públicos bem como cabe maior atenção do governo para maior valorização das produções acadêmicas, acesso a mais tipos de informações e incentivo aos ambientes de apropriação do conhecimento como as escolas, universidades, bibliotecas e outros ambientes culturais. Juliana Mendes Santiago - Estudante de Biblioteconomia (ECA/USP) #Vacinação #Desinformação #VacinaçãoInfantil #Capitalismo #Brasil #Pandemia #Covid19 Referências CONSPIRAÇÃO Antivacina. Direção de Colette Camden. Reino Unido: Caravan Media, 2021. DIAS, Luiz Carlos. Movimento antivacinas: uma séria ameaça à saúde global. Jornal da UNICAMP, São Paulo. 21 set. 2020. Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/ju/artigos/luiz-carlos-dias/movimento-antivacinas-uma-seria-ameaca-saude-global. Acesso em: 14 mar. 2022. ERMAN, George. Da varíola à covid-19, a história dos movimentos antivacina pelo mundo. BBC Brasil, [S.I.] 15 jan. 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-59867755. Acesso em: 14 mar. 2022.

  • HOLODOMOR, O GENOCÍDIO UCRANIANO

    As tensões entre a Rússia e a Ucrânia são antigas, com Kiev sempre saindo com mais perdas. #ParaTodosVerem: fotografia de uma estação de energia em Luhansk, Ucrânia, após ter sido bombardeada. Da esquerda para a direita é possível observar um homem vestido com um uniforme laranja, veste uma touca preta, o uniforme aparenta fornecer proteção contra o frio. Há uns containers cinzas ao fundo e um pequeno prédio rosa com telhado em forma de pirâmide, possui uma chaminé. Na extrema direita da fotografia, há torres e muita fumaça saindo do meio delas. Tornando o céu cinza. Disponível em: https://www.nytimes.com/live/2022/02/22/world/russia-ukraine-biden-putin#saying-russia-created-ukraine-putin-orders-troops-to-2-breakaway-regions O comunismo soviético trouxe diversas perdas e mortes aos inimigos da antiga URSS, mas a Ucrânia de 1930, sem dúvida, pode ser retratada como uma das principais lesionadas por esse regime autoritário. Stalin precisava de uma Moscou forte e abastecida, para impulsionar a força da URSS e torná-la grandiosa, para isso estabeleceu metas de colheita em países que faziam parte da grande nação, entre eles estava a Ucrânia. Quando foram notificados que as terras de pequenos e grandes fazendeiros pertenciam ao Estado e que deveriam produzir e enviar essa produção ao grande líder, os ucranianos não ficaram felizes, mas o que poderia se tornar um movimento contra a URSS foi rapidamente podado, com os soldados do exército vermelho executando possíveis líderes e intelectuais do movimento, porém, Stalin não achou a repreenda o suficiente e impôs uma meta altíssima, um “modelo” de colheita para a Ucrânia. Os camponeses, sob a vigilância constante do Estado, eram obrigados a retirar sua parte de sobrevivência da colheita para bater a meta estipulada e quem fosse pego armazenando comida, para sobreviver, era punido em campos de concentração na Sibéria. Os mortos em números oficiais são de aproximadamente 4 milhões de pessoas, mortas pela fome, em campos de concentração ou por execução, dados não oficiais chegam perto de 14 milhões. Esse genocídio ucraniano recebeu o nome “Holodomor”, que em ucraniano significaria “mortos pela fome”. Nos dias atuais, com uma Ucrânia democrática e soberana, é compreensível o porquê da Ucrânia preferir se aliar ao Ocidente e querer desesperadamente entrar na OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, ao manter-se em paz com sua vizinha e ex-carrasca Rússia. Mas, como dito anteriormente, Kiev nunca fica em vantagem quando enfrenta sua vizinha oriental. Em 2014 a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou em seu território a região da Criméia, sofreu embargos econômicos do Ocidente, mas não tiveram grandes repercussões. Enquanto a Ucrânia se viu invadida e de mãos atadas. Agora, em 2022, a Rússia reconhece duas regiões da Ucrânia como federações independentes, a Ucrânia novamente perde parte de seu território e, novamente, o Ocidente realiza sanções à Rússia. Será que, dessa vez, as sanções irão funcionar? A invasão russa na madrugada do dia 24/02/2022 mostrou que não. A situação da Ucrânia não é fácil, mesmo com o recebimento de doações de armamentos e treinamento de seus soldados por parte da Otan, Kiev segue em desvantagem. Não há possibilidade de invasão russa na Ucrânia, porque ela já ocorreu em 2014 e segue ocorrendo em 2022. Mas com a memória do Holodomor ainda fresco em suas mentes, afinal, o massacre ocorreu há menos de 100 anos, a Ucrânia não irá cair sem lutar. Há alguns filmes que retratam o Holodomor, entre eles um que se deve destaque é “Mr. Jones” ou o título em português, “A sombra de Stalin”, um filme produzido pela Ucrânia e pela Inglaterra, que conta a história do jovem Jones (James Norton), um fotógrafo, que faz o possível para retratar os horrores e a fome nos campos da Ucrânia durante os anos 30. Com uma temática pesada e um efeito sombrio, o filme traz uma sensibilidade gigantesca ao retomar as piores lembranças da Ucrânia. Outro filme, baseado na realidade, é o “Espião Inglês”, não aborda o Holodomor diretamente, só há uma breve citação sobre como Moscou lidava com as regiões mais afastadas da capital comunista, mas vale a pena assistir por retratar as tensões da Guerra Fria e a brutalidade da URSS com os seus conterrâneos e que sempre há a possibilidade de amizade nas mais adversas situações. Julia Lopes, graduanda em Letras Português-Coreano, FFLCH- USP. #Ucrania, #Russia, #GuerraNaUcrania, #Comunismo, #OTAN REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Ukraine. New York Times, 2022. Disponível em: https://www.nytimes.com/live/2022/02/22/world/russia-ukraine-biden-putin#saying-russia-created-ukraine-putin-orders-troops-to-2-breakaway-regions acessado em 22/02/2022 Holodomor: a grande fome que matou milhões na Ucrânia durante o comunismo soviético. BBC NEWS, 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60348621 acessado em 22/02/2022 Mr. Jones. Cinema10. Disponível em: https://cinema10.com.br/filme/mr-jones acessado em 22/02/2022 The Courier. Adoro Cinema. Disponível em: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-264556/ acessado em 22/02/2022

  • Ucrânia pela liberdade

    Logo após o final da Segunda Guerra Mundial, o mundo vivenciou o conflito indireto entre as duas grandes potências da época, Estados Unidos e União Soviética, pela hegemonia mundial. Momento histórico que é chamado de Guerra Fria, terminou com a dissolução da URSS e o fim do Pacto de Varsóvia em 1991. Países que faziam parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas tornaram-se estados independentes, como é o caso da Ucrânia. No documentário “Winter on Fire: Ukraine’s fight for Freedom “ (2015) de Evgeny Afineevsky, indicado ao Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem. Retrata a luta do povo ucraniano nas ruas contra as decisões do então Presidente Viktor F. Yanukovich, que foi apoiado por Vladimir Putin, de não estreitar as relações com a União Européia, um dos maiores e mais integrados blocos econômicos mundiais. Após o fim da URSS, atual Rússia, as relações internacionais entre os ex soviéticos e os demais países europeus, era dificultada por conta dos acordos do Bloco, com a imposição de maiores tarifas e impostos para países não-membros. Participar da UE significaria um avanço social e econômico, permitindo a livre circulação de pessoas e a utilização de uma moeda única também na Ucrânia. #ParaTodosVerem: Fotografia colorida mostra pessoas, algumas vestidas com uniformes militares camuflados de tons verdes, segurando bandeiras da Ucrânia, nas cores amarela e azul, em uma manifestação. Fonte : Acesso em: 21 de Fevereiro de 2022. Após conflitos intensos entre o governo e a população, devido às negociações e acordos negados por Yanukovich, em 2014 a Rússia anexou ao seu território a região da Crimeia, uma península autônoma ao sul da Ucrânia, e presta apoios a movimentos separatistas na região. Uma das justificativas de Putin para a movimentação militar dentro destes territórios é a proteção do próprio território russo contra a aproximação de países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aliança político-militar criada no contexto pós segunda guerra, que tinha por objetivo impedir e barrar o avanço comunista na Europa. O interesse da Rússia no território, além de histórico, religioso e cultural, é também devido à localização geográfica da Ucrânia, pois por ela passa boa parte do gás natural Russo que é distribuído pela Europa, sendo utilizado para os mais diversos fins, como aquecimento de prédios e residências. O controle da região significaria comandar e regulamentar os impostos que hoje são cobrados para a circulação dos produtos. Apesar de todo o apelo internacional para o fim dos conflitos e a pressão da OTAN para a retirada das tropas russas da região, EUA e União Europeia anunciaram possíveis medidas como sanções econômicas nas regiões separatistas. Mesmo depois de mais de 30 anos após o fim da URSS, sentimos mais uma vez um clima de Guerra Fria. Gabriela Bucalo Bolsista CineGRI e graduanda em geografia pela FFLCH. #Ucrânia #OTAN #GuerraFria #Rússia #UniãoEuropeia #EUA REFERÊNCIAS: CHANCE, Matthew ; SMITH-SPARK, Laura. Veja a comparação direta entre os exércitos da Rússia e Ucrânia. Disponível em: Acesso: 21 de Fevereiro de 2022. EUA e União Europeia prometem sanções após Putin reconhecer regiões separatistas da Ucrânia. Disponível em: Acesso em: 21 de Fevereiro de 2022. BERMÚDEZ. Ángel, 3 fatores que explicam por que Ucrânia é tão importante para Rússia. Disponível em: Acesso em: 20 de Fevereiro de 2022.

  • Crise na Ucrânia: a quem interessa?

    É fato que a guerra aumenta a venda de armas, mobiliza a construção civil, a indústria, o comércio, elimina o excesso populacional no globo terrestre e fortalece a nação vencedora com poderio soberano sobre os outros países. Atualmente, vê-se a problemática crise na Ucrânia, mas a quem ela interessa? Para a Rússia do Vladmir Putin a OTAN está se aproveitando da complicada situação da Rússia dos anos 90 e iniciou uma forte expansão pelo leste europeu atraindo países que durante as épocas da União Soviética estavam dentro do núcleo de influência de Moscou. Nos anos 90, a Rússia se encontrava totalmente voltada para questões internas com o Presidente Boris Yeltsin direcionando os seus poucos recursos para impedir a ruína por completo do país, e então a OTAN teria se aproveitado do vazio de poder deixado pela antiga URSS no Leste Europeu, acolhendo países que foram importantes para a Rússia na segunda metade do século 20- com destaque para a Polônia e para os três países bálticos. Esse movimento de expansão levou a OTAN a se aproximar de países como Geórgia e a Ucrânia, países estes que devido às suas posições geográficas, pelo ponto de vista russo, atuavam como importantes obstáculos físicos para a expansão da OTAN. Expansão temida que levou a Rússia a duas guerras: uma na Geórgia em 2008, com tropas russas invadindo e ocupando até hoje as regiões da Ossétia do Sul e da Abkházia; e a outra guerra em 2014 com a Rússia invadindo e anexando a Criméia, região da Ucrânia, apoiando e financiando os separatistas pró russos em Donbass, iniciando uma guerra civil que já se estende por quase sete anos. Para a Rússia já é insustentável ter a OTAN ao longo de uma fronteira de quatrocentos quilômetros nos países bálticos, em hipótese alguma a OTAN poderá se estabelecer ao longo de uma fronteira terrestre de quase dois mil quilômetros na Ucrânia. Na visão do Presidente Putin, impedir a entrada na Ucrânia e da Geórgia na aliança, seria uma questão de sobrevivência para a Rússia. Contudo, a Aliança afirma que tudo o que está fazendo é respeitar a soberania das nações, frisando que ao contrário do que aconteceu nos tempos soviéticos quando as nações do leste europeu foram obrigadas a entrar no pacto de Varsóvia, a entrada de novos membros na OTAN, é um processo totalmente democrático e que conta com o apoio de referendos feitos em cada país candidato. A visão da OTAN é que se a Geórgia ou a Ucrânia desejarem entrar, e se estiverem respaldados principalmente pela vontade popular, então serão muito bem vindos. #ParaTodosVerem [Fotografia]: Um tanto desfocado, temos do lado inferior esquerdo, duas moças com capuzes. Em destaque, uma garota, aparentemente gritando, segura um cartaz que contém os dizeres "Stop Putin" (traduzido do inglês: "Parem o Putin"). No lado inferior direito há outra garota, que também grita, com uma pintura nas cores da bandeira da Ucrânia na bochecha. Fonte: https://unsplash.com/pt-br/fotografias/zJu-IDkRsPA Ainda na visão da OTAN, a Rússia está violando gravemente a soberania de outros países ao atribuir a si própria poder de veto sobre quem pode ou não entrar na aliança. Ao analisar com profundidade as motivações de cada um dos lados, fica claro que a Rússia é de longe, a menos interessada em uma guerra com a Ucrânia, por um motivo bem simples: a Rússia apenas com financiamento de separatistas pró- russos, já consegue, atualmente, exatamente aquilo que deseja: impedir a Ucrânia de entrar na OTAN. Apesar dos EUA e da própria OTAN já terem dito que em caso de invasão russa não enviaram tropas para a Ucrânia, todas as semanas os ucranianos recebem centenas de toneladas de armas e munições da aliança, sendo essa uma indicação clara de que se a Rússia invadir, além de Moscou sofrer com sanções econômicas drásticas, os EUA e a OTAN transformarão aquele conflito em uma guerra por procuração através do apoio e financiamento à Ucrânia. Levando em consideração que este país tem um grande poderio bélico que vai desde armas à inteligência de captação de dados por satélite, ao mesmo tempo em que os EUA, a OTAN e a União Europeia bombardeiam a Rússia com rígidas sanções financeiras e comerciais, pode ser o suficiente para transformar aquele conflito em uma longa e desgastante guerra para Moscou. Poderia ser uma guerra longa e desgastante que enfraqueceria severamente a economia russa, já afetada pelas referidas sanções, por isso uma guerra na Ucrânia, interessa muito mais a OTAN e os EUA do que a Rússia, já que esse conflito além de desgastar imensamente a Rússia, poderia ainda incentivar outros países a entrarem para a OTAN- como por exemplo a Finlândia e a Geórgia. Zeffirelli, Fred. Letras,FFLCH-USP. Ator e criador de conteúdo digital. #crise #criseucrania #guerras #politicamundial #geopolitica #russia #eua #ucrania REFERÊNCIAS: Aranha, Carla. O que há por trás da guerra da Ucrânia: entenda. Exame, 2022. Disponível em< https://exame.com/mundo/o-que-ha-por-tras-da-crise-da-ucrania-entenda/> Acesso em: 17/02/2022 Conteúdo, Estadão. Não haverá guerra, diz Rússia em meio a tensões com a Ucrânia. Exame, 2022. Disponível em< https://exame.com/mundo/nao-havera-guerra-diz-russia-em-meio-a-tensoes-com-a-ucrania/> Acesso em: 17/02/2022 Hoje no mundo militar. A quem interessa uma guerra na Ucrânia. Youtube, 2022. Disponível em< A quem realmente interessa uma guerra na Ucrânia? > Acessado em: 21/02/2022 Riveira, Carolina. Rússia e Ucrânia podem desencadear uma guerra mundial? Entenda o conflito. Disponível em < https://exame.com/mundo/guerra-russia-ucrania-entenda/> Acesso em: 19/02/2022 Ruffato, Luiz. Capitalismo e guerra. El país, 2017. Disponível em< https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/12/opinion/1492009074_482693.html> Acesso em: 19/02/2022

  • Duna – Quem controla as massas, controla o universo

    Depois de muitas expectativas, em 2021 é lançada a mais nova adaptação do complexo livro de Frank Herbert: Duna, dirigido por Denis Villeneuve. Por ser tão ambicioso, tão empolgante, essa ópera espacial já está concorrendo a dez indicações ao Oscar de 2022. Superando seu antecessor, dirigido por David Lynch em 1984. Em um futuro distante, ocorre uma luta de poder entre duas casas nobres pelo direito de governar o planeta desértico “Arrakis” conhecido como Duna. Na qual se extrai uma substância rara chamada de Mélange (ou “a especiaria”), sem a qual, as viagens intergalácticas não seriam possíveis. Então, o jovem Paul Atreides (Timothée Chalamet), dono de um destino grandioso, é enviado para o planeta para que os seus habitantes possam garantir a paz. #ParaTodosVerem: fotografia, em tons de azul e laranja de Paul Atreides empunhando uma Dagacris, uma faca sagrada feita de um dente de verme gigante. Atrás dele estão algumas rochas do deserto de Duna. Disponívem em: https://www.imdb.com/title/tt1160419/ O livro foi um marco na história da ficção, e serviu de inspiração para novas criações como as obras de Game of Thrones e Star Wars. Apesar de se passar em um futuro extremamente distante e ter sido lançado em 1965, o romance possui uma mensagem explícita que se torna bastante presente, como a ganância, a crítica ao imperialismo americano e a sua exploração dos recursos naturais dos outros países (que inclusive tem causado problemas para os povos do oriente médio até hoje). Mas o que mais chama a atenção no filme, com certeza, é o perigo de seguir líderes ou qualquer outra entidade cegamente. Mesmo sendo pouco explorado, sabemos que cada casa no filme possui uma hierarquia e um sistema de governo bem evidente. Um regime imperial, onde os nobres dominam os menos favorecidos em um sistema feudal. Cada feudo possuí um exército, além do oficial do império. E seus habitantes depositam sua lealdade às casas, sem nunca as questionarem. Lutando apenas pelo interesse daqueles que os governam. Não seria difícil de procurar alguns exemplos notáveis nos últimos tempos. Como o caso da invasão do Capitólio, durante as eleições, ocorrido nos Estados Unidos no dia 06 de janeiro de 2021. Onde centenas de simpatizantes do Ex-presidente Donald Trump tentaram impedir a legitimação da vitória de Joe Biden. Acreditando no discurso do Ex-presidente de que a eleição havia sido fraudada, ele não quis aceitar a derrota. O episódio gerou nove mortes e diversos feridos, repercutindo até hoje. Autoridades acusam Trump e seus colaboradores de incitarem a violência e de não impedirem que o desastre acontecesse. No filme Duna, nos é apresentado uma ordem de mulheres com capacidades mentais e físicas superiores a qualquer ser humano, as “Bene Gesserit”. Dotadas de um poder conhecido como “a voz” usado para a manipulação direta da mente de seu alvo, o obrigando a obedecer aos seus comandos. Com tal proeza sendo usada por milênios para influenciar as famílias nobres e o próprio império. Além de disseminar mitos para continuarem mantendo o controle. Propagação de notícias falsas não é nenhuma novidade no século XXI, e tem sido o foco de manutenção de poder nos últimos tempos. No dia 15 de fevereiro de 2022, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, viajou para a Rússia, região de tensão pelos conflitos com a Ucrânia, na qual tropas russas estão alocadas e fez um tuíte, alegando que permanece em espaço aéreo russo, junto com uma foto de um jornal da CNN, onde se lê: “Rússia anuncia retorno de algumas tropas na fronteira”. Induzindo os leitores de que a presença do presidente brasileiro teria algo relacionado a uma apaziguação dos conflitos da região do leste europeu. #ParaTodosVerem: captura de tela, tuíte de Jair Bolsonaro com a seguinte mensagem: “já estamos no espaço aéreo russo. Fuso: + 6 horas. Bom dia a todos”. Abaixo está uma foto de um jornal da CNN onde aparecem quatro jornalistas, com o título da matéria embaixo: “Tensão com a Ucrânia. Rússia anuncia retorno de algumas tropas na fronteira.” Disponível em: https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1493538780095160327 Não demorou muito para que grandes veículos de comunicação, simpatizantes do presidente, propagassem informações falsas. Vindas inclusive, do ex-ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, que alegou que o presidente evitou a terceira guerra mundial e que deveria ser agraciado com o Prêmio Nobel da Paz. O longa de Denis Villeneuve é de grande potencial, com mensagens atemporais. Desinformação, disputa por poder e consumo insustentável de recursos naturais. Não é preciso ir muito longe para testemunhar o futuro de Duna. Matheus Cosmo Graduado em Rádio e TV #Duna, #Oscar2022, #DonaldTrump, #Bolsonaro, #Ucrânia

  • VULNERABILIDADE SOCIAL: FOME, CRIMINALIDADE E A COVID-19

    A saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU em 2014 foi um ato extremamente importante e marcante para a história nacional e internacional, um feito conquistado bravamente e influenciado por diversas figuras ilustres ao longo de toda a história brasileira. O documentário “Histórias da Fome no Brasil” de 2017 do diretor Camilo Tavares e disponível no Globo Play, expõem esse panorama de perto, desde o Brasil Colônia até o Brasil de 2014. #ParaTodosVerem [Fotografia]: Centralizado na imagem, uma mão segura um pranto branco, que contém o escrito "Não quero restos, quero alimento digno. #ForaBolsonaro". Ao fundo, temos pessoas e cartazes desfocados. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/administracao-governo-gerencia-ao-ar-livre-8635050/ Essa vitória, infelizmente, caiu por terra com a chegada da Covid-19 que trouxe de volta esse problema estrutural. Em 2020, uma pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, indicou que 9% da população, cerca de 19,1 milhões de brasileiros, passam fome e que 55% convivem com algum grau de insegurança alimentar. Esse quadro gravíssimo tem como principal fator estimulante a Pandemia, mas a crise política e econômica reforça o quadro: com o real desvalorizado, é vantajoso para o mercado internacional comprar alimentos do Brasil e os grandes produtores venderem para fora, assim, os produtores recebem em dólar, alimentam os próprios bolsos e desabastecem o mercado interno, uma prova disso foi a divulgação realizada pela FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, de que o Brasil em 2020 foi o maior exportador de carne bovina no mundo. O quanto de carne vermelha você tem comido recentemente? Se a resposta for “pouca” ou “nenhuma”, ou você é vegetariano ou está sofrendo com a falta de um Estado minimamente regulador que se importa com o abastecimento interno. A alta nos preços dos alimentos somados com uma crise energética e hídrica, encarece o custo de vida do brasileiro, adicione tudo isso ao desemprego e a uma pandemia que não dá sinais de desaparecimento e você terá o aumento da criminalidade. A SSP, Secretaria de Segurança Pública, divulgou que entre maio de 2020 e 2021, o Estado de São Paulo viu um aumento de 47% em roubo de celulares, sendo 17 celulares roubados por hora. Essa violência sistêmica poderia ser evitada com iniciativas públicas, como não é evitada, acaba gerando agressores e vítimas todos os dias. #ParaTodosVerem: cena do filme ”Última parada 174”, mulher usando calça cinza, blusa preta, sandália preta e colares coloridos está sentada no painel azul frontal dentro de um ônibus e escreve com batom vermelho no vidro do condutor “ ele vai matar g…”. Quem está observando a cena do lado de fora do ônibus lê ao lado esquerdo da escrita da mulher as paradas do ônibus em “PÇA TIRADENTES, LAPA, P DO FLAMENGO, PUC, 174” Imagem disponível em: https://s2.glbimg.com/_s_chx3iP-8Oxl9L5jU2MPWrCq8=/900x604/https://wp-globofilmes.tsuru.glbimg.com/uploads/2011/09/UP174onibus_baton03red.jpg O filme “Última parada 174” de Bruno Barreto, baseado na realidade do sequestro do coletivo 174, da zona sul do Rio de Janeiro, retrata como a violência do sistema influencia a vida de um garoto, que toma medidas extremas e criminosas. Frente tudo ao que foi exposto, chegamos à conclusão que bons governantes, preparados e qualificados são capazes de mudar um país e a vida de seus habitantes. Assim, é de fundamental importância que em outubro de 2022 você faça a escolha certa. Julia Lopes, graduanda Superior Tecnológico em Marketing e bacharel em Letras Português-Coreano FFLCH- USP #Eleições2022, #HistoriaDaFomeNoBrasil, #Criminalidade, #Covid19, #UltimaParada174 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREITAS, Gabriele Carvalho de. NETO, Luiz Alves Araújo. D ́AVILA, Cristiane. Fome no Brasil: a incerteza da comida na mesa em um país assolado pela Covid-19. Casa de Oswaldo Cruz. Disponível em: http://www.coc.fiocruz.br/index.php/pt/todas-as-noticias/1953-fome-no-brasil-a-incerteza-da-comida-na-mesa-em-um-pais-assolado-pela-covid-19.html acesso: 21/01/2022 Brasil é o 1º exportador mundial de carne bovina e o 4º produtor de grãos. Agro em dia. Disponível em: https://agroemdia.com.br/2021/06/11/brasil-e-o-1o-exportador-mundial-de-carne-bovina-e-o-4o-produtor-de-graos/ acesso: 21/01/2022 BORTOLOTTO, Bernardo. DIAS, Gianvitor. PASCHOALINO, Ronaldo. Estado de SP tem aumento de 47% no número de roubos de celulares entre maio de 2020 e 2021. Bom Dia SP. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/07/06/estado-de-sp-tem-aumento-de-47percent-no-numero-de-roubos-de-celulares-entre-maio-de-2020-e-2021.ghtml acesso em: 21/01/2022 SERAFINI, Mariana. Seis filmes sobre a violência no Brasil. Disponível em: https://vermelho.org.br/2015/09/25/seis-filmes-sobre-a-violencia-no-brasil/ acesso em: 21/01/2022

  • “HASTA LA” DESIGUALDADE SEMPRE.

    #ParaTodosVerem [FOTO] Uma criança olhando para a câmera, aparentemente entre 10 anos, atrás de uma bola de futebol, vestindo roupas surradas e utilizando uma camiseta enrolada à cabeça, somente com os olhos para fora, ao seu entorno se observa grande quantidade de lixo ao se perder no horizonte, local era conhecido como “Lixão da Estrutural”, maior lixão da América Latina, até ser fechado em 2018. Imagem disponível em: https://ci.eco.br/o-que-foi-o-lixao-da-estrutural-o-maior-lixao-da-america-latina/ Ao falarmos de América Latina e suas questões de vulnerabilidade entramos em diversas questões envolvendo conflitos políticos, sociais e econômicos na história contemporânea, praticamente tendo maior número de altercações do que em outras regiões mundiais, à citar Europa e Ásia, por exemplo. Diversos são os fatores que influenciam nessas questões, podendo citar democracias recém instituídas e frágeis, palco de conflitos de influências de poder ideológico como os conflitos da Guerra Fria, questões atuais de embate econômico entre China e Estados Unidos e o cenário ocasionado pela COVID-19, dentre outros fatores que levam a América Latina a ter tamanha vulnerabilidade. Entrando mais a fundo no tema podemos ter como um fator preponderante para diversos acontecimentos a dependência da América Latina para com outros países, o que gera um fluxo de capitais e influência que traz consequências para a maioria dos países de controle e poder. De acordo com Mendonça (2019, p. 12) As exportações dos países latinos têm de ser cada vez maiores para garantir os recursos necessários ao pagamento dos bens e serviços importados, e também dos juros, das amortizações dos empréstimos realizados e da remessa de lucros dos investimentos estrangeiros. Os desenrolares dessa dependência são sentidos em fatores envolvendo a inflação, por exemplo. Tendo a América Latina o 2º e 3º lugar nos países que tiveram maiores níveis de inflação em função da crise da COVID-19, respectivamente Argentina e Brasil. Um dos fatores preponderantes para os altos números de contágio nos países Latino Americanos pode ter sido o alto número de informalidade do trabalho na região, de acordo com Bas B. Bakker e Carlos Gonçalves (2021) Quanto maior o nível de informalidade, menor o impacto dos confinamentos na taxa de aumento do número de novas mortes, em parte porque as pessoas com empregos informais não podem se dar o luxo de ficar em casa. #ParaTodosVerem: [FOTO] Mapa da América Latina com dados sobre o número de mortes por cada 100 mil pessoas. Imagem disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-53155754 Continuando na questão da dependência econômica de países fora do bloco da América Latina, os países têm como possível ajuda remessas de valores provenientes de investimentos econômicos, de forma que ainda que ocorra remessa de lucros ao exterior algum tipo de impacto ocorra nos países. Porém, em um cenário afetado pela crise do COVID-19 e suas consequências gerais esses investimentos se tornaram escassos, propiciando consequências cada vez maiores que estão sendo sentidas e continuarão sendo sentidas ao decorrer dos anos. De acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe Em um contexto de grave crise sanitária, econômica e social gerada pela pandemia da COVID-19, a América Latina e o Caribe receberam 105,48 bilhões de dólares de investimento estrangeiro direto em 2020, 34,7% a menos que em 2019, 51% a menos que o recorde histórico alcançado em 2012 e o menor valor desde 2010. Filmes latino americanos que retratam questões trabalhadas até aqui: Cidade de Deus (2002) A história começa no início da fundação do bairro Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, tendo como foco o desenvolvimento do crime organizado em sua área e histórias paralelas envolvendo questões sócio-econômicas das personagens. A obra baseada na realidade representa acontecimentos ocorridos entre os anos 1960 e 1970, tendo como palco principal a Comunidade Cidade de Deus e como pano de fundo os turbulentos anos do início da ditadura militar no Brasil, suas consequências para a sociedade e formas de interação políticas e sociais. Archivos del estallido (2019) Ambientado no Chile tendo como palco os protestos de 2019-2020, que foram ocasionados pelo aumento das passagens de transporte público, parecido com o que houve nos protestos brasileiros de 2013 contrários ao aumento das tarifas de transporte. O descontentamento é levado em grande parte pelas políticas econômicas neoliberais que existem no Chile desde sua implantação pela Carta Chilena de 1980. A constituição, que não contou com participação popular, trouxe diversas consequências econômicas para a sociedade que ainda ecoam hoje e são motivo de diversas críticas entre a sociedade por seu caráter extremamente neoliberal, que gera diversas consequências socioeconômicas por falta de maiores políticas assistencialistas. Roma (2018) Cidade do México. O filme se passa nos anos de 1970 quando o país passava por um alto crescimento econômico, conhecido como “milagre econômico”, ainda que a desigualdade social continuava a ser um fator relevante e que trazia descontentamento. Além disso nessa época o país passava pelo governo do PRI (Partido Revolucionário Institucional, anteriormente conhecido como Partido Nacional Revolucionário), partido político que teve poder hegemônico no México entre 1929 e 2000 e que exercia autoritarismo político, social e até mesmo repressivo, sendo responsável pelo Massacre de Tlatelolco, em 1968. O massacre teve início após uma série de manifestações de estudantes na Cidade do México em protesto aos Jogos Olímpicos de 1968 na cidade. #desigualdade #americalatina #economia #sociedade #cinema Lucas da Silva Bacharelado em Administração FEA - USP Referências Bibliográficas: MENDONÇA, Luiz Jorge V. Pessôa de. América Latina: da desigualdade social à desigualdade econômica. Argumentum, , Vitória, v. 1, n. 1, p. 78-91, jul./dez. 2009. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3987442. Acesso em: 19/01/2022 BAKKER, Bas B., GONÇALVES, Carlos. As consequências da COVID-19: O que ocorreu na América Latina?. 14 de junho de 2021 Disponível em: https://www.imf.org/pt/News/Articles/2021/06/14/blog-the-covid-19-fallout-what-happened-latin-america-caribbean. Acesso em: 19/01/2022 Em meio à crise da COVID-19, a América Latina e o Caribe receberam em 2020 o menor valor de investimento estrangeiro direto da última década. Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. 5 de Agosto de 2021. Disponível em: https://www.cepal.org/pt-br/comunicados/meio-crise-covid-19-america-latina-o-caribe-receberam-2020-o-menor-valor-investimento. Acesso em 19/01/2021

  • TITO E OS PÁSSAROS E SUAS SEMELHANÇAS COM O BRASIL DE BOLSONARO

    #ParaTodosVerem: Banner do filme “Tito e os Pássaros (2018)”, a imagem apresenta o menino Tito (vestido de moletom verde escuro e bermuda preta) e sua amiga Rosa (de camiseta amarela e calça marrom) no meio da composição, envolta de pássaros e um cenário pintado com técnicas expressionistas em cores quentes (amarelo e laranja), além de mostrar os nomes dos diretores acima, as premiações que recebeu e o nome “Tito e os pássaros” no centro. Disponível: https://br.web.img3.acsta.net/pictures/18/12/19/19/48/4177869.jpg A animação brasileira "Tito e os Pássaros", dirigida por Gustavo Steinberg e lançada no ano de 2018, conta a história de Tito, um menino cujo pai, que é um cientista, está construindo uma máquina para tentar entender a "língua dos pássaros", pássaros quais tiveram um papel fundamental nas sociedades, protegendo humanos de catástrofes, guerras e no desenvolvimento da comunicação humana. Porém, essa máquina acaba tendo problemas e um grande acidente acontece, colocando a vida de Tito em risco. Mesmo assim, o garoto tenta novamente reproduzir a máquina de seu pai, mas sem sucesso. Enquanto esse evento ocorre, o planeta está sendo contaminado por um surto, como uma grande epidemia. Sendo assim, as pessoas que contraem essa doença ficam paralisadas até se transformarem em pedras gradativamente. Dentro dessa obra, desenvolvida durante mais de 8 anos e sendo produzida por mais de 120 pessoas, é possível destacar uma narrativa heróica, onde o menino, o único que não sente medo, fica sendo responsável por tentar achar uma cura para acabar com esse surto. Os personagens que adoecem, representam de certa forma, o indivíduo moderno dentro da sociedade, perdendo cada vez mais seu valor social e se desfazendo, até se tornar um um objeto inanimado (pedra). Trazendo um pequeno paralelo com o mundo real, em 2020, começamos a lidar com uma nova doença que redefiniu totalmente a forma de nossa sociedade, a COVID-19. Dessa forma, é interessante ressaltar que a pandemia no Brasil, quando transversalizada por marcadores sociais, principalmente de classe e raça - segundo artigo científico - se propagou de uma forma muito rápida, não só pelas características da doença em si, mas por ter começado com as classes economicamente favorecidas, as quais estavam viajando ao redor do mundo e que trouxeram o vírus para as classes mais baixas, evidenciando as desigualdades sociais à medida em que a doença avançava, os casos ficaram mais controlados nas camadas mais altas e terminaram em um grande surto nas periferias. Assim como no filme, onde uma redoma foi construída envolta de um condomínio para que ricos ficassem mais protegidos do surto, enquanto nos grandes centros e periferias o caos tomava o controle. Além desse ponto, o filme traz como pano de fundo a manipulação midiática para a propagação do medo e/ou informações falsas a respeito do surto, nas esferas mais íntimas da sociedade, que acabou se tornando um ambiente propício para a divulgação de pensamentos retrógrados e equivocados, como é o caso do Brasil e o presidente Bolsonaro, que mentiu mais de 4 vezes em seu primeiro pronunciamento oficial sobre a COVID-19, além de divulgar o enfrentamento com remédios sem eficácia comprovada na época e que continuaram sem eficácia após estudos. Ainda sim, mais para frente na cronologia pandêmica, duvidando da capacidade das vacinas recém criadas. Outrossim, é possível estabelecer um paralelo entre o filme e a realidade brasileira com o surgimento de pessoas públicas que acabaram se tornando lideranças messiânicas, fazendo promessas de cura, como é o caso do apresentador fatalista no filme que divulgou o medo e o caos com a intenção de lucrar de alguma forma. O enfrentamento de Tito, se tornou mais complexo do que deveria, assim como no Brasil de Bolsonaro, pois nesse caminho em busca da cura é possível observar um duelo entre a natureza da doença e a cultura do medo, que no filme são caracterizadas pela linguagem dos pássaros (como uma possível cura ou caminho para que as pessoas se conectarem umas às outras, que também podem ser comparadas às vacinas, por exemplo) e a linguagem midiática que fez a sociedade adoecer ao acreditar nas fake news utilizadas (a utilização de um kit de remédios sem eficácia como forma de cura). Lucas Moreira Pinto, graduando em Sistemas de Informação pela EACH-USP #ManipulaçãoMidiática #Titoeospassaros #Brasil #COVID-19 #Pandemia Referências Bibliográficas Bolsonaro mentiu 4 vezes em pronunciamento sobre ações contra a COVID-19, atualizado em 24/03/2021. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/03/24/interna_politica,1249974/bolsonaro-mentiu-4-vezes-em-pronunciamento-sobre-acoes-contra-a-covid-19.shtml. Acesso em: 24/01/2022. Animação nacional Tito e os Pássaros reflete sobre efeitos da cultura do medo, atualizado em 13/09/2018. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/tito-e-os-passaros-cultura-do-medo/. Acesso em: 24/01/2022. Pandemia da Covid 19: refletindo as vulnerabilidades a luz do gênero, raça e classe, 25/09/2020 Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/bbcZzgN6Sns8mNPjKfFYRhb/?format=html&lang=pt. Acesso em: 24/01/2022 Conheça Tito e os Pássaros, a animação brasileira que deveria estar no Oscar, atualizada em 21/02/2019 Disponível em: https://www.omelete.com.br/filmes/conheca-tito-e-os-passaros-a-animacao-brasileira-que-deveria-estar-no-oscar. Acesso em: 24/01/2022

  • "ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR": A FANTASIA DO CAPITALISMO

    #ParaTodosVerem [Fotografia]: capa do filme “Estou me guardando para quando o Carnaval chegar”. Há uma máquina de costura branca no centro da imagem. Um homem de máscara, shorts e sem camisa usa a máquina para costurar uma calça jeans. Fonte: https://recprodutores.com.br/portfolio/estou-me-guardando-para-quando-o-carnaval-chegar/ “Estou me guardando para quando o Carnaval chegar”: a fantasia do capitalismo Para se manter como o sistema político-econômico hegemônico vigente, o capitalismo usa diversos meios. Um deles, e um dos mais perversos, é o que induz as pessoas a acreditarem que suas próprias situações sociais (de emprego e qualidade de vida) são ótimas por terem alguns pequenos privilégios. Para demonstrar o quão falho é esse discurso podemos analisar o documentário brasileiro “Estou me guardando para quando o carnaval chegar” (2019) do diretor Marcelo Gomes, sob a perspectiva do “privilégio do trabalhador autônomo” (conforme dizem os próprios “entrevistados” para o filme). A narrativa começa com o caminho que precisa ser feito para a chegada no município de Toritama, que é o protagonista desta obra, durante o percurso, enormes outdoors revelam que o local - que fica no interior de Pernambuco - possui uma alcunha, “a Capital do Jeans”, porém, já por essas grandes propagandas, nota-se que algo não condiz com a realidade étnica, social e estética dos moradores da região. Isso pois, a “norma” é clara, todos os modelos dos cartazes são pessoas brancas e com estética “padrão”, ou seja, segue precisamente o ideal pregado pelo capitalismo, que é vender uma única possibilidade de estilo de vida, vender apenas a visão de mundo de uma elite racista que desumaniza qualquer pessoa diferente desse retrato branco europeu. É por meio desse controle ideológico presente em todos os lugares (como em “simples” anúncios de beira de estrada) que as mais altas classes sociais se mantêm sempre no poder, por tanto tempo. É um apelo à preferência do cérebro humano pelo padrão e o mimetismo, assim, mesmo que não se identifique com a naturalização de um modelo único de vida, acaba concordando que ele de fato é o melhor (se não o único) para todos. Dessa forma, o sistema garante que apenas quem tem grandes poderes de compra tenha o direito de possuir uma identidade. Em seguida, a narrativa apresenta o grande exemplo da fábula do capitalismo citada anteriormente. Boa parte dos moradores do município, que antes sobrevivia de agricultura, hoje possui uma pequena fábrica de jeans em suas próprias casas. Com baixas condições de trabalho, como as altas temperaturas (sem nenhum tipo de ventilação) e as jornadas de trabalho de mais de 12 horas, boa parte dos “entrevistados”, se diz privilegiado pois agora podem fazer seus próprios horários. São poucos a perceber como lhes fazem falta os direitos trabalhistas (um deles comenta sobre o medo que tem de ter problemas de saúde, pois isso lhe significaria falta total de subsistência já que seu pagamento depende do dia de trabalho). Infelizmente, nenhum deles parece notar o quão explorados eles são. Veja o exemplo de uma das entrevistadas, ela afirma com felicidade que seu emprego é ótimo e explica os valores recebidos pela costura de bolsos em uma calça. Um bolso custa 10 centavos, em uma jornada de 15 horas, ela produz cerca de 1000 bolsos, se descontarmos um valor aproximado de produção total por uma calça e sabendo que esse produto custa em média R$50 (como visto na venda durante o filme), o lucro para 1000 calças é de R$40.000 enquanto que pela produção dos bolsos a trabalhadora recebeu apenas R$200 em uma jornada dupla de trabalho (ela comenta que trabalha das 5h às 21h). Outro sintoma importante que demonstra o desgaste físico e mental que essa exploração causa, é aquele que dá nome ao filme. O próprio diretor é pego de surpresa durante as entrevistas, pois no início de fevereiro a cidade inteira muda seus hábitos. A maioria dos moradores afirma que sua única forma de entretenimento (e merecido descanso) só acontece nos feriados de fim e início de ano. Com a chegada do Carnaval, o município de Toritama vira um local deserto, seus moradores vendem de tudo em suas casas para poderem arrecadar dinheiro para viajar à praia durante o feriadão. Algumas pessoas vendem geladeiras e televisões e alegam que demoram para recuperá-las, mas que tudo vale a pena quando o objetivo é comemorar o Carnaval. Um funcionário de uma loja que revende usados afirma já ter desmaiado de tanto trabalhar nessa época do ano. É assim que o capitalismo sobrevive, influenciando tudo e todos para se manter hegemônico, esse é um exemplo da manipulação ideológica que permite que o Brasil, maior país da América Latina, tenha 1% da população (os milionários e bilionários), como dona de praticamente a metade de toda a riqueza nacional (UOL, 2021), sendo que são 12,8% o número de brasileiros abaixo da linha da pobreza (CNN Brasil, 2021). Essa é a ilusão capitalista que por meio da máscara da meritocracia só aumenta a desigualdade social no mundo inteiro. Juliana Mendes Santiago - Estudante de Biblioteconomia (ECA/USP) #Capitalismo #Trabalho #DireitosTrabalhistas #Brasil #DesigualdadeSocial #AutonomiaFinanceira Referências ESTOU me guardando para quando o carnaval chegar. Direção de Marcelo Gomes. Brasil: Carnaval Filmes, 2019. DESIGUALDADE aumenta no Brasil, e 1% da população concentra 50% da riqueza. UOL, São Paulo, 24 jun. 2021. Economia. Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/06/24/distribuicao-riqueza-nacional---brasil.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em 18 jan. 2022. POPULAÇÃO abaixo da linha da pobreza triplica e atinge 27 milhões de brasileiros. CNN Brasil, Rio de Janeiro, 8 mai. 2021. Nacional. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/populacao-abaixo-da-linha-da-pobreza-triplica-e-atinge-27-milhoes-de-brasileiros/#:~:text=Em%20meio%20%C3%A0%20pandemia%20do,%2C8%25%20da%20popula%C3%A7%C3%A3o%20brasileira. Acesso em 18 jan. 2022.

  • Covid-19 e seu impacto no sul global

    Em 2007 chega aos cinemas “O Nevoeiro”, um filme dirigido por Frank Darabont, como uma adaptação do conto de Stephen King. Na trama, após uma terrível tempestade em uma cidade pequena no interior do Maine, David (Thomas Jane) e seu filho vão até o mercado para abastecer sua casa, temendo por uma catástrofe maior. Até que uma nevoa espeça cheia de criaturas horripilantes (que mais parecem ter saído de um conto de H. P. Lovecraft) ameaça a cidade e força os protagonistas a ficarem isolados dentro do estabelecimento. Parece familiar, não é mesmo? #ParaTodosVerem: poster do filme "O nevoeiro" de 2007, apresenta um grupo de pessoas aparentemente apreensivas paradas na lateral da imagem, cercadas por um nevoeiro. No centro baixo da imagem há o nome original do filme em inglês "The Mist" em letras brancas e o logo da produtora no canto direito. Disponível em: https://culturaintratecal.com/2010/08/15/o-nevoeiro-2007/amp/ Desde de 2019 o mundo tem enfrentado uma ameaça invisível. O vírus SARS-CoV-2 se espalhou pelo globo, deixando quem podia, dentro de suas casas. Assim como no filme, enfrentar algo que não se pode ver pode ser ameaçador. Mas hoje, a ameaça maior não se trata de tentáculos ou insetos gigantes, tão pouco o vírus em si, mas sim, a ignorância, propagada em forma de desinformação. Se trata de um problema mundial, mas que tem atingido principalmente os países menos desenvolvidos do hemisfério sul. Dentre os casos mais extraordinários, está o do presidente da Tanzânia John Magufuli, que propositalmente negou o uso de mascaras, vacinas e a contagem dos casos de Covid-19 no país. Acreditando que muita reza poderia salvar a população. Atos semelhantes têm aparecido em Madagascar, Burundi e África do Sul. Aqui no Brasil, a postura do governo federal tem se mostrado com bastante dúvida acerca da eficácia das vacinas. O presidente Jair Bolsonaro publicamente tem negado o uso de máscaras e afirma que não pretende se vacinar, apesar de supostamente ter contraído a doença tempos atrás. Segundo a lista do Lowy Institute, o país ficou em 98º lugar entre os que melhor conseguiram lidar com a pandemia, atrás de outros países da América do Sul como Chile e Bolívia. Em “O Nevoeiro”, durante o desenrolar da história, vemos que o medo começa a tomar conta daquelas pessoas simples e que elas mesmas acabam aceitando as próprias explicações para os acontecimentos. Dentre os personagens, a Sra. Carmody (Marcia Gay Harden) acaba roubando a cena em vários momentos. Uma fanática religiosa que age como portadora da verdade e impõe o medo sobre as pessoas, acreditando fielmente que aqueles acontecimentos se trata de um castigo divino e que ela seria uma espécie de profeta. Claro que é um exagero, como toda obra de ficção, mas não seria difícil criar alegorias para os últimos acontecimentos na vida real. Visto que entre os países subdesenvolvidos, a falta de instrução e divulgação científica é algo frequente devido a administração torpe por parte dos governos e, de fato, contribuíram para a propagação da doença. O fanatismo, o culto cego, a ignorância e o egoísmo se tornam os grandes inimigos no filme, tão perigosos quanto as criaturas retratadas no longa. Pouco a pouco vai tomando conta da cabeça das pessoas, a não ser daquelas que tentam enxergar tudo por um lado mais racional, como David. “O Nevoeiro” nos mostra que o medo e o ódio podem ser usados para solucionar crises humanas e, no final, os piores monstros se tornam as próprias pessoas. Matheus Cosmo Graduando em Rádio e TV. #coronavirus, #ONevoeiro, #desinformacao, #Sul

  • O caminho é uma terra inabitável

    Não faz muito tempo que São Paulo passou pela maior crise hídrica jamais vista. Em 2014, o nível do principal conjunto de reservatórios da região metropolitana, o Sistema Cantareira, chegou a 14,6%, o mais baixo desde que foi criado, em 1974. A população sofreu com interrupções de fornecimento que chegavam a 30 dias, era cada vez mais comum os banhos de canecas e o armazenamento de água inapropriado. #ParaTodosVerem: A imagem tem como foco em um chão de terra seca. A última pesquisa realizada pelo MapBiomas, mostra que o Brasil perdeu nos últimos 30 anos, 15,7% de sua superfície de água, esses dados representam 3,1 milhões de hectares, ou seja, já perdemos um Nordeste e meio de água. Esses impactos estão diretamente ligados ao nosso modelo econômico atual. O sistema econômico capitalista que sufoca e seca as nossas águas com seus grandes projetos lucrativos, é responsável por consumir grande parte de nossa água, parte do nosso abastecimento é destinada para manutenção de latifúndios e fábricas. Muitos se enganam achando que o maior culpado é o vizinho que lava a calçada com água, claro que não devemos desperdiçar a nossa água, mas é preciso entender a complexidade dessa cadeia de consumo e quais são os principais culpados pelo desequilíbrio climático que estamos enfrentando nos últimos tempos. #PraCegoVer [ANIMAÇÃO]: No centro da imagem, o personagem Wall-E (um robô) observa um objeto que o chama a atenção. O personagem está no meio de uma pilha de lixo abandonado pelos seres humanos. Fonte:https://www.omelete.com.br/filmes/wall-e-completa-10-anos-relembre-10-easter-eggs-do-filme#3 A consciência do nosso consumo desenfreado deve começar desde cedo, por isso, o filme Wall-e dirigido por Andrew Stanton (2008) é uma ótima opção para quem quer começar a entender o destino da humanidade, além disso, aborda vários aspectos interessantes que podem ser trabalhados na sala de aula. Esse clássico do cinema retrata de maneira sensível e divertida os rumos de uma sociedade que não se importa com a escassez dos nossos recursos naturais, fazendo com que parte dos seres humanos busquem outras formas para sobreviver. Essa produção cinematográfica parece distante da nossa realidade e ao mesmo tempo tão próxima das projeções que especialistas têm desenhado para o futuro da humanidade. No site do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) apresenta uma matéria importante sobre a conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas (COP26), evento que trouxe muitas preocupações e alertas, no relatório 2021 sobre a Lacuna de Emissões mostra que novas promessas climáticas nacionais combinadas com outras medidas de mitigação colocam o mundo no caminho certo para um aumento da temperatura global de 2,7°C até o final do século. O fato é que as projeções futuras não são otimistas e nos colocam frente a uma terra inabitável que pede socorro. É preciso fazer mais para garantir a manutenção da vida e isso significa abrir mão do lucro. Afinal, está nas mãos de quem? Amanda Escobar Costa Graduanda em História pela FFLCH-USP #problemasclimaticos #cinegri #filmes #geopolitica #walle Referência bibliográfica: Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2021. PNUMA, Parceria UNEP DTU, 26/10/2021. Disponível em:https://www.unep.org/pt-br/resources/emissions-gap-report-2021. Acesso em: 25/11/21. BARIFOUSE, Rafael. Maior crise hídrica de São Paulo expõe lentidão do governo e sistema frágil. BBC Brasil, 2014. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/03/140321_seca_saopaulo_rb. Acesso em: 25/11/21. Crise hídrica: Brasil já perdeu um Nordeste e meio de água. GIFE em 04/10/2021. Disponível em: https://gife.org.br/crise-hidrica-brasil-ja-perdeu-um-nordeste-e-meio-de-agua/. Acesso em: 25/11/21. CRUZ, Fernanda. São Paulo sofreu pior crise de água de sua história em 2014, 24/12/2014. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-12/sao-paulo-sofreu-pior-crise-de-agua-da-sua-historia-em-2014. Acesso em: 25/11/21.

  • BLACK MIRROR: realidades possíveis ou distantes?

    #PraCegoVer: um garoto com cara de choro e medo, sentado no seu quarto, atrás dele há uma parede esverdeada com uma prateleira de livros e uma luminária, disponível em: https://www.uziporai.com.br/2016/10/series-black-mirror-analise-do-episodio-3-da-3a-temporada.html A série distópica Black mirror deve ter espantado muitos de nós, provavelmente nos perguntamos ao decorrer dos episódios: essas realidades seriam possíveis? Será que agiríamos dessa forma, nestes contextos? O seriado célebre que ficou conhecido por abordar avanços tecnológicos relacionados às relações humanas, à ética, à segurança e outros assuntos, conta com cinco temporadas e está disponível na Netflix. Entretanto, ao nos depararmos com tais realidades possíveis, especificamente no terceiro episódio da terceira temporada “Manda quem pode”, onde a irmã de Kenny, personagem principal, ao baixar um filme, acaba por infectar o notebook com malwares e dá acesso aos hackers sem saber. O que acontece aqui, é que Kenny é descoberto pelos invasores piratas e seu segredo mais profundo é exposto, o diretor logo no começo já nos dá pistas do suposto crime, o jovem é consumidor de pornografia infantil, assim como outros caras que também irão aparecer ao decorrer da série e serão chantageados. Há também outra personagem secundária, uma empresária importante que tem seus e-mails racistas vazados pelos próprios hackers. Então pensamos: imagine se todas essas pessoas fossem expostas? Se os Ethical hackers - assim chamados os hackers do bem - usassem a tecnologia para expor esses criminosos, como seria? Mas nos confrontamos com uma realidade um pouco diferente. No Brasil atual, o que estamos vendo é que algumas pessoas não precisam de ciberpiratas para os expor, elas mesmas fazem isso. Imbuídos de um nacionalismo exacerbado e um discurso de ódio latente, que se tornou moda e ganhou certo status entre os seguidores do atual presidente, personalidades da internet como o Monark do Flow podcast, acabou por fazer seu próprio cancelamento, após discursos racistas. Para piorar a situação, logo em seguida ele tweetou: #PraCegoVer: [IMAGEM] twete do Monark do Flow podcast que traz a seguinte mensagem: É a ação que faz o crime e não a opinião, disponível em: https://twitter.com/monark/status/1453100235547414530?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1453100235547414530%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fbr.vida-estilo.yahoo.com%2Fentenda-polemica-flow-podcast-ifood-monark-cancelamento-opiniao-162951616.html Mas ele se esqueceu que ‘’opinião’’ é uma forma de enxergar o mundo e isso leva a ações no cotidiano, na vida. Também se esqueceu que há uma diferença enorme entre discurso de ódio e opinião. Este diz respeito a gostar disso ou daquilo, mas não gostar de x não implica querer a morte dele ou impor barreiras sociais, enquanto que o primeiro, por meio de falas levam a ações que tiram a vida do outro, levam pessoas a se odiarem e possivelmente geram suicídios, é um cerceamento da liberdade do outro. Podemos citar também o Maurício do vôlei que após discursar falas homofóbicas em seu perfil no Instagram, perdeu patrocínios de empresas e alguns de seus contratos, assim como aconteceu também com o Monark. Pelo visto, estas pessoas não perceberam que o mundo passa por uma mudança profunda, as pessoas se questionam, mudam suas posições, entendem o que não convém mais, o que deve ficar no passado, mas não podemos esquecê-los. O movimento “Black lives matter”, trouxe a derrubada de estátuas racistas no Brasil e no mundo, o que já nos dá indícios de possíveis mudanças na política, cultura, e crença de parte do globo terrestre. Black mirror pode nos assustar em um primeiro momento, por nos mostrar mudanças radicais nas relações humanas, na quebra da privacidade através da tecnologia. Contudo, o que vemos no delírio do nosso país é que não foi preciso de terceiros para expor crimes, os autores são seus próprios sabotadores, suas próprias sombras capazes de expor o que há de pior dentro de si. Fred Zeffirelli Letras, FFLCH #blackmirror, #distopia, #queimadasnaamazonia, #tecnologia, #crimesvirtuais #series #seriesnetflix #atualidades #homofobia #racismo

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